segunda-feira, 21 de março de 2011

A Imperatriz do Blues

Grandes cantoras fizeram seu nome cantando Blues e até hoje são reverenciadas não só por intérpretes atauais como também por um séquito fiel de admiradores. Vamos falar da grande e maravilhosa Bessie Smith, a Imperatriz do Blues.

Nascida no dia 15 de abril de 1894 em Chattanooga, Tennessee, Bessie era filha de William Smith, um  pastor batista e Laura Owen Smith, uma dona de casa. Quando houve o censo americano de 1900, Laura informou que a filha teria nascido em julho de 1892. Só que no censo ocorrido em 16 de abril de 1910, após divergências entre a data de nascimento de Bessie e sua irmã mais velha Viola, o fiscal do recenseamento concordou em fixar a data de nascimento da menina como 15 de abril de 1894. Bessie mal conheceu o pai, que acabou falecendo quando ela era muito pequena e perdeu a mãe aos nove anos. Viola ficou incumbida de criar seus irmãs e irmãs.

Bessie começou a cantar e dançar nas ruas para ganhar uns trocados, acompanhada do irmão Andrew, que tocava violão. Em 1904, irmão mais velho de Bessie, Clarence havia saído de casa para seguir uma trupe itinerante e quando retornou à cidade, oito anos depois, conseguiu um teste para a irmãzinha, já com 18 anos. Bessie acabou sendo aceita, primeiramente como dançarina porque a compánhia já tinha uma cantora, a lendária Ma Rainey (que também vai ter sua história contada aqui). Com o tempo, Bessie começou a se firmar como cantora da trupe, tendo Ma como sua mentora, ensunando-lhe tudo sobre presença de palco. Bessie aprendeu a cantar de forma autodidata.

Ela deixou a companhia em 1915 e juntou-se ao Theater Owners Bookers Association ( T.O.B.A.), um grupo que tinha em seu elenco muitos afro-americanos. Foi sua atuação no grupo que começou a torná-la popular junto à comunidade negra americana. Em 1920, após atuar no musical How Come, que chegou a ser apresentado na Broadway, ela se desentendeu com o produtor e deixou a T.O.B.A., sendo substituída por Alberta Hunter (outra grande cantora que também vai ser biografada aqui). De volta à Philadelphia, onde foi criada e onde morou por muito tempo, Bessie conheceu o agente de segurança Jack Gee, com quem veio a se casar, continuando a se apresentar e manter fama de grande cantora.

Em 1920, com a crescente demanda por vozes negras no mercado fonográfico, Bessie foi à luta e em 1923, conseguiu um contrato com a gravadora Columbia Records, que tinha atmbém sua divisão "racial". Sua canção Cemetery Blues foi a primeira a ser lançada. O estouro em sua carreira veio com Gulf Coast Blues e Downhearted Blues, ambas composições de Albert Hunter. Essas duas músicas foram grandes hits da cantora.

Naquele momento, Bessie estava se tornando uma das cantoras negras mais bem pagas de sua época e a Columbia passou a chamá-la de Rainha do Blues. Só que o setor de Realações Públicas da gravadora a chamava de Imperatirz do Blues e assim ficou para a posteridade. A parceria com a Columbia rendeu 160 gravações feitas pela cantora, que sempre esteve cercada de grandes músicos acompanhantes do calibre de Louis ArmstrongJames P. Johnson, Joe Smith, Charlie Green and Fletcher Henderson. Se na vida profissional e musical Bessie estava por cima, não podia-se dizer o mesmo de sua vida pessoal. Seu marido não sabia lidar com o galomour da fama de Bessie e nem com a bissexualidade da cantora. Após flagrar o marido tendo um caso com Gertrude Saunders, uma outra cantora, acabou com o casamento. Não houve divórcio formal e para não haver problemas legais com o ex, ela teve que se casar com o amigo Richard Morgan (tio do músico Lionel Hampton) nos termos da Lei de Direito Comum em voga nos EUA, com quem viveu até a morte.

A década de 30 mostrou-se inclemente com a carreira de Bessie graças à da Grande Depressão, ocorrida em 1929 com a Queda da Bolsa de Nova York. Como se não bastasse isso o advento do cinema falado que deu um trio de misericórdia no vaudeville, atingindo muitos artistas que viviam daquele estilo. Bessie tinha participado de um musical mal sucedido chamado Pansy e fez sua única aparição no cinema, no filme St. Louis Blues, baseado na música homônima de W.C. Handy.

Em 1933, ela foi contratada pelo executivo John Hammond para uma série de gravações para a gravadora Okeh, que tinha sido comprada pela Columbia. Seriam seu derradeiro registro fonográfico, acompanhada por músicos da chamada Era do Swing como Jack Teagarden (trombone), Frank Newton (trumpete), Chu Berry (sax tenor), Buck Washington (piano), Bobby Johnson (guitarra) e Billy Taylor (baixo). Cosnta que o bandleader Benny Goodman teve uma participação quase discreta no projeto. Só que Hammond não estava gostando dessa sofisticação na música de Bessie e a queria cantando os bons e velhos Blues de outrora.

Bessie morreu no dia 26 de setembro de 1937, vitimada por um acidente de carro. Durante anos acreditou-se que ela tivesse morrido por omissão de um hospital "exclusivo para brancos" que não quis atendê-la por ser negra e essa aura de lenda inspirou uma peça de teatro de Edward Albee chamada A Morte de Bessie Smith. Os funerais da cantora mobilizou 10.000 pessoas sensibilizadas com a tragédia e admiradores de sua música. Embora seu ex-marido tenha tentado comprar uma lápide para homenagear Bessie, seus forços foram em vão e ela foi enterrada num tútlo comum. Em 1970, a cantora Janis Joplin, que tinha em Bessie sua maior influência, custeou a lápide, um memorial digno da grande intérprete que se foi de forma tão prematura.

Hoje, Bessie é uma referência entre as grandes cantoras de Jazz e Blues que sempre a citam como grande influência e ela foi introduzida ao Blues Hall of Fame.

Fonte:
Wikipedia (em inglês)

Bessie Smith, grande voz do Blues
 

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