quinta-feira, 10 de março de 2011

Entre Irmãos - parte 1

Formar um grupo com irmãos nem sempre é uma tarefa fácil porque existem diferenças entre eles que acabam surgindo e interferindo no desenvolvimento da carreira da banda. Veja o caso dos irmãos Davies (The Kinks) e os irmãos Galagher (Oasis). No caso dos irmãos Barry, Robin e Maurice, embora fossem diferentes como indivíduos, coletivamente eram o amálgama puro da música.

Tudo começou quando o casal de músicos Hugh e Barbara Gibb se mudou de Manchester, Inglaterra com a filha Lesley para a Ilha de Man onde tiveram mais três filhos: Barry, os gêmeos Maurice e Robin. Voltando a Manchester, nasceu-lhes o caçula Andy. Hugh começou a ensinar Barry a tocar guitarra e o casal começou a perceber a capacidade natural dele e dos gêmeos em fazer harmonias vocais.

Em 1958, a família Gibb emigrou para a distante Austrália, onde se fixaram na cidade de Brisbane. A trinca de irmãos começou a aparecer em alguns clubes locais com um relativo sucesso usando os nomes The Blue Cats e The Rattlesnakes até chamarem a atenção do disc jockey Bill Gates que sugeriu que usassem como nome Bee Gees ou BG's por causa da coincidência dessas iniciais em sua vida como o nome da mãe (Barbara Gibb), o nome de Barry [Gibb], o nome do conjunto dos irmãos (Brothers Gibb), etc.

Mesmo tocando em alguns clubes de Surfers Paradise (para onde a família se deslocou) e arredores, faltava aquele empurrão definitivo, que só veio a ocorrer quando o empresário Kevin Jacobsen ficou impressionado com o talento daqueles infantes. Em 1961, conseguiu para eles a abertura do show do fenômeno do Twist o americano Chubby Checker em turnê pela Austrália. Isso deu visibilidade aos irmãos e seu primeiro contrato fonográfico com a gravadora local Festival Records.

Em 1964, a Austrália, como membro do Commonhealth, não ficou de fora da Beatlemania que se alastrou pelo planeta e logo os Bee Gees começaram a aparecer em programas de TV cantando músicas dos Fab 4, o que acabou lhes valendo a algunha de "Beatles australianos", apesar de terem nascido na Inglaterra.

Em 1965, saiu o primeiro álbum da banda The Bee Gees Sing and Play 14 Barry Gibb Songs cujo single Wine and Women (lado B Follow The Wind) chegou ao top 20 das paradas australianas. Outras gravações também se destacam como Timber! , Claustrophobia e Everyday I Have to Cry (cover de Arthur Alexander), que não foi lançada no álbum e só aparece em coletâneas dessa fase.

Em 1966 veio o álbum Spicks and Specks, cuja canção título havia sido lançada como single alcançando as mais altas posições das paradas australianas. Surgiram fortes rumores dando de que o trio de irmãos tivesse sido assassinado, o que gerou tristeza entre os australianos pois as rádios ficavam tocando as músicas deles e a família recebeu inúmeros telegramas de condolências. Trataram de desmentir tais boatos afimando que o que houve foi uma acidente de carro com Barry e o pai dos irmãos. Nesse ano, apesar do grande sucesso que viviam na Austrália, os irmãos Gibb decidiram voltar à Inglaterra para batalhar seu espaço na Terra da Rainha. Houve o cancelamento do contrato com a editora e eles ficaram sem um tostão. A viagem para a Inglaterra foi custeada por shows informais feitos durante a viagem.

Em 1967, o pai dos meninos havia mandado material deles (press release, fotos e gravações) à NEMS de Brian Epstein, o empresário dos Beatles. Epstein à voltas com tantos compromissos passou a bola para o diretor da NEMS, Robert Stigwood que ao ver, surpreso, um pacote vindo da Austrália, sua terra natal, ficou interessado. Paralelamente, a subsidiária inglesa da Polydor, que lançou os discos dos Bee Gees no mercado fora da Austrália também esboçou interesse no grupo. Como Stigwood tinha ligações com a  Polydor, tudo ficou acertado e os Bee Gees fizeram um teste. Logo,assinaram com a RSO (Robert Stigwood Organisation) e começaram sua carreira na Inglaterra, lançando o álbum Bee Gees' 1st. Dois amigos dos Bee Gees, Vince Mellouney (guitarra) e Colin Petersen (bateria), que haviam atuado como músicos de sessão, foram efetivados como titulares na banda nessa nova fase. Nesse álbum, figura o primeiro sucesso internacional da banda, New York Mining Disaster 1941, além de pérolas como To Love Somebody e Holiday, todos lançados como singles. Nesse ano foi lançado ainda o single Massachussetts, que foi o primeiro grande sucesso da banda.

Em 1968, saiu o álbum Horizontal trazendo a já citada Massachussetts e outro grande clássico dos Bee Gees, Words. Foi lanaçado também o álbum Idea com outros dois clássicos imbatíveis do grupo como I've got a Message to You e I Started a Joke, sendo que essa última fez tanto sucesso que ultrapassou a linha do Equador e se tornou o primeiro grande êxito dos Bee Gees no Brasil.

Em 1969 veio o primeiro álbum duplo dos Bee Gees Odessa com os sucessos Melody Fair e First of May. Nesse ano, as coisas começaram a ficar nebulosas na banda, por conta do uso desenferado de anfetaminas. Maurice também tinha problemas por conta de seu vício em álcool e fumo. Isso sem falar nos desacertos entre os irmãos Gibb. Tais fatos acabaram culminando com a saída de Vince Mellouney, que saiu para tocar coisas mais calcadas no Blues e Robin Gibb, um dos irmãos da banda. Barry e Maurice decidiram contrinuar com a banda e o batera Colin Petersen ainda gravou algumas coisas até ser dispensado na metade do ano. Geoff Bridgeford foi seu substituto. Em dezembro de 1969, após o lançamento do álbum Cucumber Castle, que tinha os clássicos I.O.I.O. e Don't Forget to Remember, os dois irmãos decidiram decretar o fim da banda. A carreira solo de Robin fez um relativo sucesso puxado pela canção Saved By the Bell.

Continua no próximo post

Fonte:
Wikipedia (em português e em inglês)

Bee Gees em sua fase sessentista: quinteto

Nenhum comentário:

Postar um comentário