segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Que rolem as pedras - parte 1

Creio que se o leitor for um stonemaníaco convicto sabe que vou falar de uma das mais longevas bandas do Rock and Roll que por quase cinco décadas tem abalado as estruturas da música. vamos falar de The Rolling Stones, aproveitando o "gancho" de mais um aniversário do saudoso guitarrista e co-fundador da banda, Brian Jones que se estivesse vivo estaria completando 69 anos.

Tudo começou no início dos anos 60 quando Alexis Korner e Cyril Davies abriram um clube em Londres que era o ponto de encontro dos amantes do blues elétrico de Muddy Waters, T-Bone Walker e afins. Execrados pelos puristas do jazz e do Blues mais tradicionais, os dois músicos e sua banda Blues Incorporated tinham no Marquee o seu porto seguro, sua forma de manifestar sua musicalidade. Muitos músicos da cidade iam no clube para eletrizantes jam sessions. Muitas bandas que fizeram história no Rock Britânico dos anos 60 tiveram origem nesses encontros musicais.

Entre os frequentadores assíduos estavam Mick Jagger (vocais, gaita) e Keith Richards (guitarra), grandes amigos de infância que tiveram na música de Chuck Berry um ponto em comum. Ao conhecerem o baixista Dick Taylor começaram a por em prática sua vontade de formar uma banda de Rhythm & Blues. Numa das apresentações do Blues, Inc., conheceram o guitarrista slide  ocasional da banda Brian Jones, que também tocava gaita e sax como ninguém. Conversa vai, birita vem, os quatro descobriram afinidades e decidiram formar uma banda juntos, chamando o pianista da casa Ian Stewart e o baterista Tony Chapman. Começaram a ensaiar juntos e logo estavam tocando no Marquee. faltava um nome para a banda, que foi sugerido por Brian: The Rollin' Stones, em citação a um blues de Muddy Waters. Assim, em algumas apresentações, a banda era conhecida como Micky Jagger & Brian Jones & The Rollin' Stones. Mesmo havendo uma certa incompatibilidade no repertório (Jones e Stewart eram aficcionados pelo genuíno Blues de Chicago e Jagger e Richards seguiam a cartilha de Chuck Berry e Bo Diddley), a banda começou a chamar atenção. Foi aí que Giorgio Gomelski, dono do Crawdaddy contratou abanda para ser residente em seu clube. Ele foi o primeiro empresário da banda. Dick Taylor deixou a banda para se dedicar ao estudo de artes e mais tarde formou outra grande banda britânica, The Pretty Things. Chapman foi outro que saiu para formar sua própria banda [The Preachers que se tornou mais conhecida na história por ser a primeira banda do futuro rockstar britânico Peter Framptom], não antes de apresentar ao grupo Bill Wyman, um baixista veterano que acabou sendo aceito para o lugar de Dick Taylor por um motivo banal: ele tinha dois amplificadores. Uma coisa que poucos sabem sobre Wyman é que ele criou ao acaso o baixo elétrico sem trastes. Para a vaga de Chapman, Mick e Brian chamaram o baterista do Blues Incorporated Charlie Watts, que tinha sido cogitado quando da formação da banda mas devido ao compromisso com o Blues Inc. acabou recusando de início.

Não demorou para a fama dos Rolling Stones (decidiram usar o nome desta forma) correu pela Inglaterra. Foi aí que entrou em cena o secretário de Brian Epstein, o empresário dos Beatles. Andrew Loog Oldham, que cuidava da publicidade dos Fab 4, tinha ouvido falar que o Crawdady havia uma banda com ótimo potencial. Apesar dos tenros 19 anos de idade, Oldham tinha um tino inato para os negócios. Como era menor para as leis britânicas, teve que ter um "testa de ferro" chamado Eric Easton que assinava documentos até que Andrew atingisse a maioridade legal. Ele acabou assinando um contrato com a banda, mesmo sem consultar Gomelski, que não tinha nenhum tipo de contrato formal com os Stones.

Oldham criou uma imagem marginal para os Stones, uma antítese à pose de bons moços dos Beatles, usando o fato de que Brian tinha vários filhos bastardos. Foi nessa época (1963) que os Beatles apesar da fama consolidada eram assíduos frequentadores da cena londrina conheceram seus "rivais" [outro golpe publicitário de Oldham]. Outra providência no novo empresário foi a saída de Ian Stewart como membro efetivo da banda, pois sua imagem não condizia com os Stones [falando no popular: o pianista era muito feio]. Mas poderia atuar como road manager e músico ocasional. Uma espécie de "sexto Stone".

Eles fizeram um teste para a Decca Records e foram contratados [reza a lenda que George Harrison teria aconselhado os executivos da gravadora a não cometerem o mesmo erro do passado ao recusarem os Beatles]. A raposa Oldham tornou-se produtor da banda e fez com que a gravadora aceitasse uma cláusula contratual que permitisse que os Stones utilizassem material de outras gravadoras. Ele queria que o som da banda soasse o mais precário possível, fora da atmosfera clean da Decca.

O primeiro single da banda foi lançado em 1963 e consistia de um cover de Chuck Berry, Come On e no lado B I Want To Be Loved de Willie Dixon, que chegou pertinho do Top 20 britânico.

O segundo single da banda, gravado no mesmo ano, I Wanna Be Your Man foi escrito por ninguém menos que Lennon & McCartney, principais compositores dos Beatles. O lado B foi Stoned, uma composição de Mick e Keith assinada com o pseudônimo Nanker Phelge. Aliás, quanto a este disco cabe uma história história interessante. A música teria sido feita por Paul e oferecida aos Stones, que acharam que ela estava meio incompleta. Enquanto John e Paul andavam com os Stones, os dois completaram a canção, o que deixou Mick e Keith impressionados. Reza a lenda que a parceria Jagger/Richards como compositores nasceu naquele momento. Resumo da ópera: o single chegou perto do Top 10 das paradas. Nos EUA, ela foi lado B do single Nor Fade Away (um cover de Buddy Holly com uma levada bem ao estilo de Bo Diddley).

Continua no próximo post

Tirem as crianças da sala! Chegaram os Rolling Stones!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Fabuloso George Harrison

25 de fevereiro já foi uma data muito feliz para toda a Nação Beatlefan. Nesta data comemorávamos o aniversário do querido George Harrison [ainda comemoramos apesar de sua ausência]. Hoje em dia, ao ver essa data, olhamos para o calendário e suspiramos: "poxa, se George estivesse vivo, estaria fazendo tantos anos". O que fica para todos nós é a recordação de seu alto astral, seu sorriso e sua simplicidade, traços que fazem dele um dos artistas mais admirados do Rock and Roll.

George Harrison nasceu no dia 25 de fevereiro de 1943, filho caçula do casal Harold Hargreaves e Louise French Harrison e neto de irlandeses pelo lado da mãe [sua avó também se chamava Louise]. O casal Harrison teve ao todo 4 crianças: Louise, a mais velha [terceira geração de Louises na família?], Harry e Peter. Harold trabalhava como motorista e a mãe era balconista de loja. No ano em que George nasceu, a Inglaterra , via Liverpool, ainda sofria pesados ataques feitos pela Alemanha de Hitler, sendo que nos anos iniciais da II Guerra era a única potência da europa que não tinha capitulado ante os nazistas. George nasceu e foi criado no nº 12 da Arnold Lane em Wavertree, lugar onde morou até meados de 1950 quando os Harrison mudaram-se para Upton Green25 em Speke.

Estudou na Dovedale High School, onde coincidemente havia estudado John seus primeiros anos. Depois foi para o Liverpool Institute for Boys [hoje mais conhecida como Liverpool Institute for Performing Arts (LIPA)]. A primeira experiência que George teve com o Rock foi quando ouviu aos 12 ou 13 anos o clássico Heartbreak Hotel de Elvis Presley. Em 1956, o rapazinho comprou sua primeira guitarra, uma Egmond. Foi nessa escola que ele veio a conhecer Paul, que era alguns meses mais velho que ele.

Aproveitando a onda do Skiffle que varreu Liverpool e adjacências, George acabou formando uma banda de curtíssima duração chamada The Rebels que contou com seu irmão Peter (guitarra) e o amigo Arthur Kelly (guitarra). Nada mau para um moleque de apenas 14 anos.

Seu amigo Paul começou a fazer lobby para que George entrasse nos Quarrymen. Ao que parece, o líder da banda, John, estava com um pé atrás por ter nos Quarrymen alguém tão novo. O jovem Harrison já tinha ouvido falar das "proezas" de John na Dovedale e passou a admirá-lo como a um irmão mais velho.

Como diz o velho ditado, "água mole em pedra dura tanto bate até que fura". A insistência de George em seguir os Quarrymen aliado ao fato de Tia Mimi ficar horrorizada com o menino fez com que ele ganhasse uns pontos com John. Perto de fazer seu 15º aniversário, George foi com  John e Paul ao Liverpool Morgue, clube do cantor Allan Caldwell (mais conhecido como Rory Storm). Após tocar Guitar Boogie Shuffle de Bert Weldon e Raunchy de Bill Justis, ele foi finalmente aceito nos Quarrymen mas sua entrada acabou sendo gradativa para não criar problemas para o outro guitarista titular Eric Griffiths. Chegou-se a cogitar de mudar Griffiths para o baixo mas o próprio Eric acabou saindo por conta própria. Os Beatles já contavam com 3 quartos de sua formação.

Quando John e Paul deram uma parada estratégica no início de 1959, George teve carta branca para participar de outra banda. O jovem não se fez de rogado e foi oferecer seus préstimos à banda de Al Caldwell à época chamada The Tornadoes. Ele só não foi aceito na banda porque a mãe de Al achava George muito novinho. Sendo assim, ele acabou sendo aceito numa banda iniciante chamada Les Stewart Quartet. A banda era formada por Les (guitarra), Ken Brown (baixo) e Geoff Skinner (bateria). Após uma briga feia entre Stewart e Brown, que ocasionou a saída do primeiro junto com o batera Skinner, Ken sugeriu a George que chamasse seus amigos John e Paul para completarem a banda para um compromisso no Casbah Club. Puderam usar até o nome Quarrymen. Mesmo sem um baterista, essa temporada no Casbah foi um grande sucesso e acabou até saindo em jornais locais. Ken Brown saiu da banda um pouco depois e no ano seguinte, os Silver Beatles [novo nome da banda], no momento contando com o baixista Stuart Suttcliffe e o baterista Tommy Moore participaram de um teste para ser banda de apoio de Tommy Steele. Embora não tenham passado no teste, o empresário Larry Parnes gostou da banda e contratou-os para tocar com o cantor Johnny Gentle numa turnê pela Escócia. Nestes shows, os Silver Beatles usavam pseudônimos pessoais. George era Carl Harrison (uma homenagem a seu ídolo Carl Perkins).

George participou ativamente de todo o período que marcou a transição dos Beatles de uma mera banda de garagem para o grande fenômeno de massa que eles se tornaram: a viagem a Hamburgo (1960), as primeiras incursões em estúdio (1961), o teste da Decca Records e a saída de Pete Best (1962).

Na fase dourada dos Beatles, no início george se contentava em ter um ou outro número para interpretar em discos e shows, mas influenciado pelos colegas começou a se tornar um grande compositor, brigando pelo direito a ter suas músicas gravadas. O seu jeito às vezes calado era pura fachada já que ele tinha um ótimo senso de humor e era um dos que mais participavam das tiradas da banda [vide o vídeo Beatles US First Visit e os filmes dos fab 4 e tirem suas conclusões].

George conheceu Patty Boyd durante as filmagens do filme A Hard day's Night (1964) e eles vieram a se casar  em 1966. Graças a essa relação, George escreveu suas canções mais românticas.

Durante as filmagens do filme Help! (1965) George começou a se interessar pela cultura oriental, sobretudo a música. Começou a aprender a tocar cítara com Ravi Shankar e foi o responsável pela introdução de um instrumento oriental no Rock.

Em 1968, ele gravou dois trabalhos sem os Beatles, a exemplo do que Paul havia feito dois antes antes: a trilha sonora do filme Wonderwall, onde contou com a banda Remo Four e o experimental Electronic Sounds.

No ano seguinte, George estava no auge de sua veia criativa e chegou a gravar um disco inteiro com suas composições para usar em futuros discos dos Beatles. Além disso, gravou sua melhor composição como Beatle, a bela Something, a segunda canção mais gravada dos Beatles [Nina Simone, Andy Williams, Elvis Presley e Frank Sinatra são só alguns dos artistas que gravaram a música]

Com o fim dos Beatles em 1970, George gravou seu primeiro trabalho solo, o álbum triplo All Things Must Pass, onde ele pôde aproveitar aquelas gravações que tinha feito no ano anterior e que não foram aproveitadas pelos Beatles. O primeiro grande sucesso da carreira solo de George foi uma faixa do disco, a ode dedicada a Deus My Sweet Lord. No meio desse redemonho de acontecimentos, George perde a mãe, vítima de câncer

Em 1971, George organizou um concerto para ajudar as vítimas da pobreza e fome em Bangladesh. Chamou seu velhos colegas Beatles e sua intenção era uma possível volta da banda. Só que o fato de George não querer a participação de Yoko fez com que John declinasse do convite. Paul também não aceitou porque George não quis desistir de um processo movido contra ele. Resumo da ópera: apenas dois Beatles participaram do evento: ele e Ringo. O jeito foi chamar alguns amigos como Leon Russell, Eric Clapton, Bob Dylan, Billy Preston e o Badfinger. O resultado foi o álbum Concert For Bangladesh.

Em 1973, gravou o álbum Living In Material World e o seu casamento com Patty chegou ao fim. É dessa época seu outro grande sucesso Give me Love.

Em 1974, foi a vez da gravação do álbum Dark Horse apesar das críticas crueis dizendo que era um disco pobre com letras pobres, foi muito bem de vendas na Inglaterra e nos EUA.

Depois dos álbuns Extra Texture (1975) e 33 & 1/3 (1976), derradeiros álbuns dele para a Apple Records, foi feita a primeira coletânea de sucessos de George chamada The Best of George Harrison de seu próprio selo Dark Horse.

Em 1978, morreu Harold, o pai de George, vítima de câncer. Apesar da dor da perda do ente querido, George se casou com Olivia Arias, a quem conhecia desde 1974 e que foi sua companheira até o fim de sua vida.
Por conta de seu interesse por corridas de fórmula 1, George veio ao Brasil em 1979 para assistir ao Grande Prêmio em Interlagos. Foi o primeiro Beatle a visitar o país. Ele ficou muito amigo de Emerson Fittipaldi e fã de Nelson Piquet e Ayrton Senna. Outra boa otícia: nasceu Dhani Harrison, o primeiro e único filho de George e Olivia. Nessa época, George criou uma produtora de cinema chamada Hand Made Filmes (que tuha os filmes The Life of Brian do grupo cômico Monty Python e Shangai Surprise estrelando Madonna e seu ex-marido Sean Penn).

Em 1980, um momento trágico: o grande amigo e ex-colega Beatle John foi assassinado em New York, o que acabou fazendo com que George e Paul, brigados desde o fim dos Beatles fizessem as pazes.

Em 1981, George gravou o álbum Somewhere In England, que tem o emocionado tributo ao amigo John, All Those Years Ago, que contou com as participações de Paul e Ringo.

Em 1982, gravou um dos piores [senão o pior] álbuns de sua carreira, o insosso Gone Troppo [o próprio George odiava esse disco]. Depois disso, ficou uns cinco anos sem gravar.

Em 1987, George voltou aos estúdios com o álbum Cloud 9 que emplacou o hit I Got My Mind Set on You (de autoria de Rudy Clark). Outro destaque era a canção When We Was Fab, com referências aos Beatles.

Em 1988, formou com os amigos Bob Dylan, Tom Petty, Jeff Lynne e Roy Orbison a superbanda Travelling Wilburys. No primeiro disco da banda, Travelling Wilburys Vol. 1, George usou o pseudônimo de Nelson Wilbury. No ano seguinte, saiu a segunda coletãnea de George chamada Best of Dark Horse Years.

A década de 90 começou com o segundo álbum dos Travelling Wilburys, apesar da morte de Roy Orbison, que não viveu o sificiente para colher os louros pelo belo trabalho do disco anterior. George e os outros Wilburys cogitaram convidar a lenda do Rock Del Shannon, mas este acabou se suicidando. Neste álbum, chamdo Travelling Wilburys Vol. 3, George usou o codinome Spike Wilbury.

Em 1991, fez uma turnê pelo Japão junto com o amigo Eric Clapton, a segunda desde 1974, cujo registro foi gravado no álbum Live In Japan, lançado em 1992.

Em 1994 reuniu-se aos amigos Paul e Ringo para desenvolver a série Anthology, o documentário definitivo sobre os Beatles que teve três álbuns lançados entre 1995 a 1997.

Depois disso, desapareceu da mídia e em 1999 foi diagnosticado com câncer, doença contra a qual começou uma titânica luta. Como se não bastasse, George foi atacado e esfaqueado por um maluco em sua casa. Graças à coragem de sua querida esposa, George não sofreu nenhum ferimento mais grave.

Em 2001, ele apareceu como músico convidado no álbum Zoom do Electric Light Orchestra do amigo Jeff Lynne, tocou com o amigo Jim Capaldi a versão em inglês da música Anna Julia dos brasileiros Los Hermanos [que sortudos!!!] e gravou sua derradeira música Horse To The Water no programa do amigo Jools Holland junto com o filho Dhani. Nesse ano, George perdeu a batalha contra o câncer e foi-se desta vida em 30 de novembro. Ele tinha 58 anos. O último álbum foi Brainwashed (2002) com destaque para a canção Any Road.

Em 2002, os grandes amigos que fez em vida fizeram um inesquecível tributo Concert For George.

Fica aqui registrada a admiração que temos por George e o nosso muito obrigado por tudo o que aprendemos com ele. God Bless You, George. HAPPY BIRTHDAY TO YOU.

Fonte:
Wikipedia
http://www.beatlesource.com/
http://www.beatlesbible.com/
http://www.thebeatles.com/

Dear George: Happy birthday to you

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

The Coasters e seu som bem-humorado

Vamos falar aqui sobre The Coasters, um dos mais destacados grupos vocais dos anos 50, especializado em Rhythm & Blues e Doo Wop. Sua diferença para outros grupos do gênero era a irreverência e o humor de suas apresentações. Isso sem contar que a maioria de seu repertório era recheado de canções de uma das mais destacadas duplas de compositores do Rock and Roll: Leiber & Stoller.

Tudo começou em 1955 quando Carl Gardner (tenor/vocal principal) e Bobby Nunn (baixo), egressos de um outro grupo vocal chamado The Robins resolveram formar The Coasters, grupo que foi preenchido com as entradas de Billy Guy (barítono), Leon Hughes (segundo tenor) e o guitarrista Adolph Jacobs [era praxe alguns grupos vocais terem um guitarrista ou um baixista como membros fixos]. Os compositores Jerry Leiber e Mike Stoller (que escreveram algumas coisas para Elvis Presley como Hound Dog e Jailhouse Rock) precisavam de um grupo que interpretasse algumas de suas composições para o pequeno selo Lark da Atlantic Records. A parceria entre os Coasters e a dupla Leiber-Stoller rendeu um sucesso nunca visto entre os grupos vocais americanos, pois as histórias contadas nas letras das canções sempre tinham um contexto divertido. O primeiro grande sucesso do grupo com assinatura da dupla foi Smokey Joe's Cafe (1955), que havia sido gravada anteriormente por The Robins. Aí veio Down in Mexico (1956) e o compacto duplo Youngblood [que tem Doc Pomus como coescritor]/Searchin' (1957). Com a mudança deles para Nova York em 1957 (antes eles viviam em Los Angeles), Nunn e Hughes formaram uma dissidência chamada The Coasters, Mark II, sendo substituídos por Will "Dub" Jones e Cornell Gunter. Essa é a formação responsável pelos grandes clássicos do grupo.

Em 1958, gravaram um de seus maiores sucessos Yakety Yak, que contou com a participação do grande saxofonista King Curtis). Em seguida vieram outras pérolas como Charlie Brown, Along Came Jones, Poison Ivy e Little Egypt (que foi cantada por Elvis nos anos 60). Nesse ano, foi a vez do guitarrista Jacobs deixar o grupo. Após alguns anos sem um gruitarrista, os Coasters contrataram Thomas "Curly" Palmer.

Em 1961, Gunter deixou o grupo e foi substituído por Earl "Speedo" Carroll (ex-Cadilacs). Ele também acabou criando sua própria formação de Coasters, chamado The Fabulous Coasters. O contrato de Leiber e Stoller com o selo durou até 1966, mas esles continuaram escrevendo para o grupo. will Jones foi outro a sair do grupo em 1968 e foi substituído por Ronnie Bright (conhecido como o baixo da música Mr. Bass Man de Johnny Cymbal). Quando Billy Guy (responsável pela veia cômica do grupo) estava às voltas com uma carreira solo paralela aos Coasters, o cantor Vernon Harrell (outro ex-Cadilacs) e Jimmy Norman,  um dos produtores do grupo foram chamados para atuar nas performances de palco em diferentes ocasiões. Guy deixou o grupo em definitivo em 1969. Após sua saída, Norman foi "promovido" a membro oficial dos Coasters.

Mesmo não tendo mais os hits acachapantes de antes, The Coasters procuraram sobreviver à transformação musical e cultural dos anos 60. A seu favor, eles tinham o fato de muitos artistas/bandas sessentistas terem sido influenciados pelo grupo. Talvez isso tenha ajudado no sentido de terem se tornado uma banda específica de revival dos anos 50.

Nos anos 70 e 80, vários grupos usavam o nome The Coasters: a formação que tinha Gardner, Speedo, Norman e Bright; The Coasters Mark II de Bobby Nunn e Leon Hughes; World Famous Coasters de Billy Guy e Will Jones e The Fabulous Coasters de Cornell Gunter. Nos anos 80, Speedo deixou os Coasters de Carl Gardner [considerado o legítimo] para se juntar a Vernon Harrell para uma reunião dos Cadilacs originais. As disputas entre as diversas facções dos Coasters continuaram por toda a década, acrescida pela formação que tinha Grady Chapman e Bobby Sheen, egressos da Mark II e membros originais do The Robins e os Coasters de Randy Jones, ex- Fabulous Coasters e Mark II.

Em 1987, The Coasters , através de sua formação "clássica" (Gardner, Guy, Jones e Gunter) foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame, sendo um dos únicos grupos do gênero a ter tal honraria.

Nos anos 90, Carl Gardner ajudou a escrever o premiado musical da Broadway Smokey Joe's Cafe com diversas músicas de Leiber & Stoller interpretadas pelos Coasters.

No final dos anos 90, a formação dos Coasters de Gardner contava com Carl e o antigo colaborador e guitarrista Thomas Palmer mais os novatos Carl Jr., filho de Gardner, que entrou no lugar de Jimmy Norman, Alvin Morse e o ex-World Famous Coasters J.W. Lance.

Com a aposentadoria de Gardner em 2005, o grupo continuou na ativa e foi convertido num quarteto e atualmente conta com Carl. Jr., J.W. Lance, Primo Candelara e Eddie Whitfield, tendo Carl como treinador e mentor e sua esposa Veta Gardner como empresária. Hoje em dia, é o grupo vocal mais antigo em atividade.

O que aconteceu aos outros integrantes do grupo?

Billy Nunn, membro fundador da banda junto com Carl Gardner, faleceu em 1986 de um ataque cardíaco.

Cornell Gunter morreu de forma violenta, vítima após levar um tiro durante uma tentativa de assalto em 1990.

Will "Dub" Jones morreu em 2000, vítima de complicações de diabetes.

Billy Guy faleceu de causas naturais, durante o sono em 2002.

Leon Hughes, o outro membro original da banda ainda vivo continua na ativa, tendo sua própria formação do grupo chamada The Original Coasters.

Passados mais de 60 anos do surgimento dos Coasters é certo afirmar que seu estilo irreverente com ceretza marcou e influenciou gerações de músicos das décadas posteriores. Beatles, Monkees, Hollies, The Who e Free [só para ficarmos nos artistas mais conhecidos] gravaram/interpretaram algum cover do grupo.

Para conhecer mais sobre o grupo, visite sua home page: http://www.angelfire.com/mn/coasters/

Fonte:
http://www.angelfire.com/mn/coasters/
Wikipedia (em inglês)

The Coasters: um dos mais antigos grupos vocais em atividade

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

José Maurício, um brasileiro

Fiquei um bom tempo pensando qual a primeira grande personalidade musical brasileira deveria estrear aqui nas nossas Biografias Musicais. Alguns de vocês do outro lado poderiam sugerir: "posta Raul!"; outros diriam que eu podia falar sobre Tom Jobim, o primeiro grande compositor brasileiro em evidência no mundo; Ary Barroso, Braguinha, Vinícius, Herivelto MartinsFrancisco Alves, Carmem Miranda, Chiquinha Gonzaga, Roberto Carlos, Tim Maia e muitos outros também foram lembrados. Afinal, cada a um a seu modo contribuíram para o desenvolvimento da MPB. Decidi então escrever sobre a biografia do primeiro grande compositor musical nascido no Brasil: Padre José Maurício Nunes Garcia, que tem tudo a ver com a proposta do blog (uma biografia musical).

José Maurício Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro no dia 22 de setembro de 1767, filho de um fazendeiro branco, Apolinário Nunes Garcia e uma filha des escravos, Vitória Maria da Cruz. Sua inclinação para a música veio desde a mais tenra idade. Teria aprendido as primeiras noções com um músico mineiro chamado Salvador José de Almeida Faria. Aos 16 anos, teria composto sua primeira obra, chamada Tota Pulchra Es Maria, uma antífona [uma peça musical executada por dois coros semi-independentes, interagindo um com o outro, às vezes cantando frases alternadas]. Numa sociedade onde poderia sofrer preconceito por ser filho de escrava, José Maurício iniciou-se padre e após sua ordenação em 1792, tornou-se mestre-de-capela. Nesse peíódo, teria composto outras de suas obras e era o organista da congregação.

Com a chegada da Família Real portugûesa, José Maurício caiu nas graças de D. João VI, príncipe regente, um apreciador contumaz da boa música. Ele foi Mestre da Capela Real, formada por músicos locais e europeus. De 1808 a 1811, o jovem padre teria composto cerca de 70 obras mas não escapou do preconceito dos membros da corte que considerava a cor de sua pele "um defeito visível". Como que em resposta a isso, ele acabou perdendo sua função para Marcos Portugal, um dos mais destacados compositores portugueses de seu tempo. Isso não diminiu o apreço de D. João a seu protegido que consinuou tendo-o sob sua tutela.

Em 1816, compôs um requiem em homenagem a D. Maria I , rainha de Portugal que tinha falecido naquele ano. Nesse mesmo ano, conheceu o compositor austríaco Sigismund Neukomm de quem ficou muito amigo. Por conta dee seus prestígio, José Maurício dirigiu as estréias, em terras brasileiras, do Requiem de Mozart (1819) e A Criação de Haydn (1821).

A volta da Família Real a Portugal também significou o fim de toda aquela efervescência cultural, aliado à crise financeira instaurada após a Independência do Brasil. As atividades de José Maurício começaram a escassear, dada a gravidade de seu estado de saúde. Já não tinha mais a ajuda financeira da corte, uma vez que ela não existia mais. Sua última obra foi a Missa de Santa Cecília. Elel morreu no dia 18 de abril de 1830 e deixou 5 filhos [fato inusitado para um padre], dos quais reconheceu apenas um.

Digno de nota foi o caso de plágio envolvendo o padre José Maurício e um de seus discípulo, Francisco Manuel da Silva. O caso foi  levantado por pesquisadores contemporâneos que descobriram que o Hino Nacional Brasileiro, cuja música havia sido composta por seu aluno, teria trechos plagiados de uma obra de José Maurício, Matinas de Nossa Senhora da Conceição.

Mas controvérsias à parte, o padre José Maurício é considerado um dos 3 grandes vultos da música erudita brasileira ao lado de Carlos Gomes e Villa-Lobos.

Para conhecer mais sobre a obra deste gênio da música e outros grandes compositores nacionais, acesse: http://www.musicabrasilis.com.br/
Fonte:
Wikipedia
http://www.luteranos.com.br/101/coral/artigos6.htm

Pe. José Maurício: primeiro grande
compositor erudito brasileiro

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fausto toca Blues

Não, o Faustão da TV não toca gaita ou guitarra e nem usa chapéu preto nas horas vagas.

Um homem que almeja grande conhecimento e poder faz um pacto com o diabo e acaba sendo passado para trás pelo "tinhoso". Isso soa familiar? Trata-se da lenda de Fausto, que se tornou grande obra da Literatura Universal graças ao escritor alemão Wolfgang Goethe. Aí veio a ópera de Franz Lizt, teses psicanalíticas e até um episódio do Chapolin Colorado (!!!). Mas, o que tem Fausto a ver com o Blues? Acompanhem a biografia de Robert Johnson nas próximas linhas.

Robert Leroy Johnson nasceu no dia 11 de maio de 1911 numa localidade chamada Hazzlehurst no estado do Mississipi. Alguns dos pesquisadores sobre sua biografia chegaram à conclusão que os dados fornecidos sobre sua data de nascimento são imprecisos e a própria vida do músico foi cercada de lendas, sendo que depoimentos de alguns de seus contemporâneos ajudaram a entender um pouco sobre ele.

Ele era filho de Julia Major Dodds e Noah Johnson. Sua mãe casou-se depois com um próspero proprietário de terras e fabricante de móveis chamado Charles Dodds, que acabou tendo que fugir sob a ameaça de linchamento por  outros latifundiários brancos. Julia mudou-se para para outro lugar, levando consigo o pequeno Robert e acabou deixando-o com o padrasto (que mudou o nome para Charles Spencer) em Memphis no Tennessee. Johnson só foi reencontrar a mãe em 1919 quando ela estava em outro casamento em Lucas, Arkansas. Ele acabou sendo rebatizado como Robert Spencer. Em 1924, o menino começou a estudar numa escola local onde ficou por três anos anos, sendo um bom aluno. Nesse meio tempo, ele começou a aprender a tocar gaita. Em 1929, casou-se com Virginia Travis, sua namorada de apenas 16 anos. Nessa época, reza a lenda que Robert teria feito um pacto com o diabo para se tornar um ótimo guitarrista. Segundo o pesquisador de Blues Robert "Mack" McCormick levantou junto a alguns contemporâneos de Johnson, graças a esse acordo selado com o cão, o músico teria sido penalizado com a morte da esposa e do filho ainda não nascido por tão profano ato, aliado ao nome de algumas canções que ele gravou como The Cross Roads Blues, Me and The Devil Blues e Hellroaund on My Trail [daí a conexão do mito de Fausto com o Blues]. Naquele momento, nada mais segurava Johnson no lugar onde vivia e ele foi tentar a vida como músico itinerante. Ele bebeu muito na fonte de grandes lendas do Blues como Son House (que ensinou-lhe suas primeiras noções de guitarra), Charley Patton e Leroy Carr, entre outros. Era notório que Johnson tocava com uma técnica que assombrava a todos os músicos da época.

Em 1936, ele entrou num estúdio pela primeira vez e gravou algumas sessões de gravação, onde deixou seu único registro fonográfico (cerca de 20 músicas), os quais seriam lançados alguns em vida e outros postumamente. É notório que Robert John não usufruiu no êxito de suas gravações mas foi influência de grandes nomes do Blues como Howlin' Wolf, Muddy Waters e Sonny Boy Williamson, que tocou em sua banda.

Robert Johnson morreu em 16 de agosto de 1938, gerando uma série de lendas quanto ao acontecimento. Ele teria morrido ao beber um whisky "batizado" com veneno, cortesia de um dos muitos maridos traídos, seus desafetos. Outras histórias: que o veneno ele teria tirado de letra mas morreu de pneumonia dias depois; elel teria morrido de sífilis e até assassinado a tiros.

Os anos se passaram e Robert Johnson conseguiu postumamente reconhecimento como o maior cantor de Blues de todos so tempos além de uma legião de admiradores como Eric Clapton e Keith Richards, para ficarmos nos principais. Algumas de suas composições foram regravadas como Dust My Broom (Rolling Stones), Cross Roads Blues (Cream) e Sweet Home Chicago (Blues Brothers, Memphis Slim).

Fonte:
Wikipedia (em inglês)

Robert Johnson: Faust plays the Blues

As Maravilhosas Marvellettes

The Marvellettes tem suas origens em 1960, quando  Dorothy Horton e Georgia Dobbins formaram em Inkster, Michigan um grupo vocal chamado The Casinyets, um trocadilho com a frase "can't sing yets" (algo como "não cantamos ainda"). Completavam o time Georgeanna Tillman, Wyanetta (Juanita) Cowert e Katherine Anderson.

No ano seguinte, elas mudaram o nome para The Marvels e participaram de um concurso amador que contemplaria os três melhores grupos com uma visita e teste de gravação de um disco na futura gravadora Motown. Apesar de terem conseguido o quarto lugar, The Marvels agradaram a comissão julgadora e foram contempladas também. Os grupos todos foram ouvidos por Berry Gordy, fundador e presidente da gravadora e William "Smokey" Robinson, um dos principais compositores. Eles gostaram de The Marvels e perguntaram se elas teriam material original. Foi marcado um segundo teste e Georgia entrou em contato com o pianista William Garrett para que ajudasse o grupo. Ele tinha umas parcas letras sem música de um blues chamado Please Mr. Postman. Ele ofereceu a co-autoria a Georgia se ela conseguisse criar uma letra no estilo de grupo feminino. Mesmo não tendo experiência em compor, a moça acabou finalizando a música. Só que o pai da moça, um pastor de igreja foi veementemente contra o fato de sua filha cantar em night clubs e aí ela teve que deixar o grupo, sendo substituída por Wanda Young. De posse da composição de Garrett e Dobbins, The Marvels se saiu bem no segundo teste da Motown e assinaram um contrato com a gravadora.

Depois de terem seu nome mudado para The Marvellettes e do sucesso do single ( o primeiro "número um" da gravadora", sendo regravado pelos Beatles e Carpenters), o grupo teve tratamento de estrela na Motown. Seu segundo single, Twitistin' Postman passou longe do Top 20 mas apesar disso, continuaram sendo um dos mais populares grupos da gravadora. Aí vieram sucessos como Playboy, Beechwood 4-5789 (cuja regravação dos Carpenters fez muito sucesso) e Someday Someway, sempre contando com grandes compositores da casa como Holland-Dozier-Holland e Marvin Gaye (que havia tocado bateria em Please Mr. Postman). No ano seguinte, o grupo sofreu uma baixa: Juanita Cowart deixou o grupo para se tratar de uma forte depressão.

Em 1964, The Marvelletes, convertidas num quarteto, começaram a enfrentar a concorrência dos Girls Groups que foram surgindo na Motown como The Velvellettes, The Supremes e The Vandellas. Além disso, havia a Segunda Onda (Invasão Britânica) e a Surf Music. A trinca Holland-Dozier-Holland ofereceu às Marvellettes sua canção  Where Dod Our Love Go. Por um desses acasos que só acontece na música, elas recusaram a composição em favor de Too Many Fish In The Sea de Norman Whitfield e Eddie Holland e o resultado não poderia ter sido outro: a canção recusada foi número 1 com The Supremes. A canção que elas escolheram não fez tão feio, chegando ao Top 25, sendo um dos clássicos da Motown. No ano seguinte, as Marvellettes perdiam mais uma das suas: Georgeanna Tillman deixou o grupo para se tratar de uma grave doença e elas foram convertidas num trio. Sabe-se que Tillman acabou se casando com Billy Gordon do grupo The Contours (outro grupo da Motown, famoso com o clássico Do You Love Me?)

Nos dois anos seguintes, o grupo sofreu com a queda de sua popularidade e seus discos não disputavam mais as paradas. Foi quando, em 1966, elas começaram uma parceria com Smokey Robinson que tirou-as do "limbo". Aí vieram as sobrenas d Top 10 do grupo: Don't Mess With Bill, The Hunter Gets Captured by the Game e When You're Young and in Love (um cover de Ruby & The Romantics. Essa foi a única canção do grupo a alcançar o Top 20 nas paradas britânicas.

A líder Gladys Horton começava a perder seu posto de vocalista principal para Wanda Young - ou sra. Bobby Rogers  [membro do grupo de Robinson, The Miracles], graças ao fato de Smokey favorecer a segunda nas gravações. Horton acabou saindo das Marvellettes para se casar e foi substituída por Anne Bogan. A fase tendo Rogers como líder do grupo contemplou alguns sucessos como You're the One, My Baby Must be a Musician, Here I Am Baby e Destination: Anywhere (da formidável dupla Ashford & Simpson).

Daí então só ladeira abaixo: começaram a haver desentendimentos entre a gravadora a a líder das Marvellettes após a pífia performance do último trabalho do grupo nas paradas de 1970. A partir daí, nunca mais o grupo apareceu de novo nos charts da Billboard e da parada americana. Elas não exisitiam mais como grupo. A Motown processou Rogers e até houve uma nova tentativa de recriar as Marvellettes, tndo Wanda como líder. Mas tudo acabou definitivamente em 1972 e foi cada qual pro seu canto.

Depois de 2 décadas, começaram aparecer Marvellettes a rodo mas sem nenhuma de suas componentes. Graças a uma lei defendida pela ex-Supreme Mary Wilson e sancionada recentemente, grupos vocais clássicos só poderiam usar seu nome original se tivessem em seu line up pelo menos um membro oficial.


Wanda Young Rogers continou aparecendo em eventos revivals, sempre cantando sucessos das Marvelettes. Vez ou outra encontra a velha colega Katherine Anderson.


Georgeanna Tillman perdeu a batalha para sua grave doença e faleceu em 1980.

Juanita Cowart voltou para sua cidade natal em 1965 e nunca mais se aventurou no show business.


Katherine Anderson acabou se aposentando após o fim definitivo das Marvellettes, casou-se, teve filhos e netos mas decidiu voltar à ativa para ajudar as comunidades pobres de sua cidade natal e hoje em dia é uma das Marvellettes mais atuantes.


Anne Bogan deixou as Marvellettes e começou a cantar em grupos gospel em sua igreja, situação que mantém até hoje.


Gladys Horton reapareceu em público para ser homenageada pela Motown e cantou com duas cantoras de apoio. Seria sua última aparição até sua morte em 26 de janeiro de 2011.
São ou não são Maravilhosas?
Fonte: wikipedia (em inglês)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Dia em que a Música Morreu: Big Bopper

E para terminar essa trilogia, vamos falar sobre o irreverente disc jockey Big Bopper. Para os brasileiros, ele era o menos conhecido dos três rockers que pereceram naquele fatídico dia 3 de fevereiro de 1959. Buddy e Ritchie são os mais lembrados. O primeiro graças à fama de seus seguidores britânicos e americanos e o segundo [isso não é necessariamente uma regra] por causa do filme La Bamba.

Jiles Perry (ou J.P.) Richardson Jr. nasceu no dia 24 de outubro de 1930 e era texano como Buddy. Ele nsceu numa pequena cidade texana chamada Sabine Pass, filho de Jiles Perry e Elise Richardson . Tinha dois irmãos mais novos, Cecil e James. Eram uma família típica do campo que se mudou para Beaumont, Texas onde J.P. iniciou os estudos em 1947. Nos seus tempos de colégio jogava futebol americano no time da escola, sempre na defesa. Tinha também uma banda chamada Johnny Lampson Combo. Mas foi no rádio que nosso heroi começou a se destacar. Ele trabalhou meio tempo na estação de rádio KTRM (hoje KZZB). Em 1949, ele trancou a matrícula para dedicar ao rádio de forma integral. Acabou conhecendo Adrianne Joy Fryou, com quem veio a se casar em 1953 e teve uma filha, Debra Joy. Na rádio, J.P. foi promovido a supervisor de anunciantes.

Ele foi convocado pelo exército americano em 1955 e passou dois anos servindo em Fort Bliss, próximo a El Paso, Texas. Após sua baixa, volaout a Beaumont onde continuou trabalhando na KTRM, onde quebou o recorde de apresentação contínua de um d.j. na estação. Ele ficou no ar durante quase 6 dias.

Com a fama de disc jockey consolidada, J.P. foi descoberto por Harold "Pappy" Daily, um produtor e empresário de música country que conseguiu para Richardson um contrato na Mercury Records. Lá J.P. gravou, em 1958,  Chantily Lace, seu acachapante hit, um verdadeiro clássico do Rock and Roll. no disco, ele usou seu apelido mais famoso: Big Bopper (algo como "Grande Batedor"). Desse sucesso vem um dos bordões mais famosos do Rock: HELLO, BAAABEEEE!!!). Isso começou a demandar inúmeras viagens pelo país para divulgar seu trabalho. J.P. também escreveu algumas canções que se tornaram grandes sucessos póstumos como Running Bear com Johnny Preston e White Lightining com George Jones. Deixou algumas dezenas de compsoições que não tiveram tanto êxito.

Em 1959, juntou-se à trupe da Winter Dance Party que já tinha como artistas principais Buddy Holly, Ritchie Vallens e Dion & The Belmonts. Aí sobreveio a tragédia que gerou esta triste trilogia. Diferente de seus companheiros que, infelizmente não deixaram prole, J.P. deixou dois filhos (a já citada Debra Joy) e Jay Perry Richardson que nasceu dois meses depois que o pai morreu. Hoje Jay Perry responde pelo nome The Big Bopper Jr. Após resolver alguns boatos acerca da morte do pai (haviam dito que Big Bopper poderia ter sido assassinado ou que poderia ter forjado a própria morte), até hoje continua levando ao mundo o legado do pai que só conheceu através de fotos e filmes.

J.P. foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 1997.

Termino esta trilogia muito fezli por ter partilhado essas nobres biografias. LONG LIVE  BUDDY, RITCHIE E J.P.!  e obrigado por tudo!

Fonte: wikipedia (em inglês)

HELLOOO BAABEEE!!!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Dia em que a Música Morreu: Ritchie Valens

Na esteira do post anterior, a segunda parte desta triste trilogia, vamos falar sobre a biografia de Ritchie Valens. Não quero fazer aqui um resumo do filme La Bamba, o qual considero muito bom [sou fã, inclusive] mas não tem teor suficiente para que eu possa elaborar o post.
Ricardo "Ritchie"  Esteban Valenzuela Reyes nasceu no pequeno vilarejo de Pacoima em San Fernando Valley, perto de Los Angeles na Califórnia no dia 13 de maio de 1941, filho de Joseph Valenzuela e Conceptión (Connie ou "Concha") Reyes. Ritchie começou a a aprender a tocar violão aos 5 anos (mesmo sendo canhoto) e sempre teve o incentivo dos pais. Ritchie tinha uma irmão mais velho, Roberto "Bob" Morales, de um outro envolvimento de sua mãe e irmãos mais novos (Connie, Irma e Mario). O pai Joe morreu muito cedo, razão pela qual a família teve que morar em acampamentos comunitários. Quando estava no ginásio, aconteceu algo que assombrou Ritchie por muitos anos. Dois aviões se chocaram no ar e alguns amigos morreram atingidos pelos destroços das aeronaves. Ritchie não viu o acidente, pois estava no funeral de seu avô. Mas o fato o deixou muito perturbado, tanto que ele desencolveu medo de andar de avião.
Aos 15, Ritchie conseguiu comprar sua primeira guitarra e fez teste para integrar uma banda local chamada The Silhouettes como guitarrista. Com a saída do líder, ele se tornou o vocalista principal da banda, até chamar a atenção de Bob Keane do selo Del Fi Records, que tinha ouvido rumores sobre um jovem guitarrista em Pacoima e foi lá conferir. Ritchie assinou contrato e fez algumas demos no estúdio da gravadora. Faltava agora mudar o nome dele. Ricardo Valenzuela não seria um nome muito aceito. Aí então foi usado o apelido americano dele e a redução de seu primeiro sobrenome. Ficou Ritchie Valens (apesar dos protestos de Connie, sua mãe). A maioria das demos só seria lançada décadas depois numa coleção chamada Ritchie Valens Lost Tapes. Aí então, ele começou a lançar material mais conhecido como sua Come On Let's Go (em co-parceria com Keane) e Framed (Leiber/Stoller). A primeira acabou se tornando um single de muito sucesso. Na escola, Ritchie conheceu a jovem Donna Ludwig, que veio a se tornar sua namorada. Após uma briga, o jovem músico acabou compondo um clássico dos anos 50: Donna, que se tornou o segundo single de Ritchie. A cançaõ escolhida para o lado B foi La Bamba, uma canção centenária mexicana. Ritchie tinha orgulho de sua ascendência latina e no início foi relutante em concordar. Acabou topando, após umas aulinhas básicas de espanhol com uma tia (Ritchie não conhecia o idioma, só sabia falar em inglês). Resultado: La Bamba, foi um estrondoso sucesso, o que fez com que Ritchie optasse por trancar a matrícula na escola para se dedicar à carreira artística. A única condição: não iria para os locais de shows de avião, só de carro. A princípio, Keane concordou. Ritchie participou do famoso programa American Bandstand de Dick Clark, que foi se cartão de visitas para os EUA, de costa a costa. Houve um show no Havai e o jovem teve que ser convencido a ir de avião. Apreensivo, Ritchie acabou fazendo seu primeiro vôo. Lá ele tocou com Paul Anka e Buddy Holly, de quem ficou muito amigo. De volta ao continente, Ritchie participou de um mega show do DJ Allan Freed junto com uma verdadeira constelação de estrelas do Rock: Chuck Berry, Bo Diddley, Everly Brothers, Duane Eddy, Eddie Cochran e Jackie Wilson. Depois, fez com Chuck Berry e outros o filme Go Johnny Go, sua primeira e única incursão no cinema. No início de 1959, juntou-se à trupe de artistas do Winter Dance Party, que tinha como headlines Buddy Holly, Big Bopper e Dion & The Belmonts. Foi aí que aconteceu a fatalidade: o acidente aéreo que ceifou sua vida e a dos companheiros Holly e Big Bopper, além do piloto que conduzia o avião. Afinal, o temor do jovem guitarrista tinha um fundamento.
Sua morte de forma tão precoce (ele tinha apenas dezessete anos e uma vida inteira pela frente) foi sentida por uma grande legião de admiradores de sua música. Sua mãe e grande incentivadora, Connie faleceu em 1987 e o produtor Bob Keane partiu em 2009. Seu irmão e velho companheiro Bob continua vivo e, junto aos irmãos Connie, Irma e Mario continua a preservar com orgulho, seu legado. Por falar no irmão caçula de Ritchie, Mario Valens, ele tem uma banda de revival chamada Backyard Blues Band [the beat goes on!]. Em 1987, foi filmada a biografia de Ritchie, La Bamba, contando com Lou Diamond Phillips fazendo o papel do músico e Esai Morales como Bob Valenzuela.
Nós, que somos fãs desses grandes artistas , nascidos décadas depois desse trágico evento e que choramos [eu choro] ao assistir La Bamba e The Buddy Holly Story, lamentamos demais uma vida ser ceifada tão nova. Too much too soon.

Eu ia indicar o site http://www.ritchievalens.org/ mas o mesmo parece que foi desativado. É uma grande pena, mas ali tinha muita coisa sobre Ritchie, detalhes que complementariam bem esta biografia. Outro que vale a pena dar uma conferida é http://www.ritchievalens.com/

Ritchie Valens: outra estrela de grande brilho
Créditos:

Wikipedia (em inglês)
http://www.ritchievallens.com/

O Dia em que a Música Morreu: Buddy Holly

O título acima, que faz parte de American Pie, a pungente ode ao Rock and Roll interpretada por Don McClean relembra o fatídico dia 3 de fevereiro de 1959, quando três grandes lendas morreram num acidente de avião. Neste post e nos dois seguintes falaremos de suas notáveis biografias.
Charles Hardin Holley nasceu no dia 7 de setembro de 1936 na cidade de Lubbock no Texas, filho de um casal de cantores de country, Laurence Odell e Ella Pauline Holley. Seus irmãos mais velhos  incentivaram-no a aprender a tocar diversos instrumentos como violão, banjo e guitarra. Aos cinco, Buddy (como sempre foi chamado em família) venceu um concurso de talentos vocais cantando Have You Ever Gone Sailing (Down the River of Memories). Aos 12, aproveitando sua voz de sopranino (que perderia com o avanço da puberdade), ele gravou num gravador caseiro uma canção de Hank Snow chamada My Two Timin' Woman. Em 1952, Buddy conheceu seu grande parceiro Bob Montgomery com quem formou o duo Buddy & Bob que fez um certo sucesso no circuito colegial de Lubbock e em algumas rádios locais. Em 1955, teve a honra de fazer a abertura do show do [então] futuro Rei do Rock Elvis Presley quando da visita dele em Lubbock. Aquilo acabou causando uma grande mudança no garoto com óculos fundo de garrafa (Buddy tinha uma miopia muito aguçada desde a mais tenra infância). Como se não bastasse, no final daquele ano, Buddy ainda faria a abertura para outra lenda do Rock Bill Haley e Seus Cometas. Isso acabou chamando a atenção da Decca Records, gravadora da banda e Buddy foi contratado. O erro de grafia usado pelo pessoal da gravadora para seu sobrenome (Holly), acabou sendo adotado como nome artístico. Surgia assim, Buddy Holly!

O próximo passo foi reunir uma boa banda de acompanhamento. Jerry Allison (bateria), Joe P. Maudlin (baixo) e Nikki Sullivan (guitarra) responderam ao chamado. Jerry e Joe já haviam participado de uma gravação com Buddy. Para nomear o grupo, teve-se a ideia de quebrar o paradigma existente de chamar as bandas com nomes de pássaros. Pensaram em insetos e aí veio The Crickets. Logo de cara, a banda enfrentou uma baixa: o guitarrista Sullivan deixou a banda para se dedicar aos estudos. Mesmo assim, decidiram continuar como trio.

Quando o produtor Norman Petty convidou a banda para uma série de sessões de gravação em seu estúdio situado em Clovis, Novo México em 1957, começou uma sólida parceria que traria grandes sucessos como That'll Be The Day, Not Fade Away, Peggy Sue, Rave On, Maybe Baby e Oh Boy. Em agosto, aconteceu um fato inusitado coma banda. Eles haviam sido contratados para tocar no lendário Apolo Theater, verdadeiro templo da música negra norte-americana. Imagina-se que os produtores acreditavam que um nome como The Crickets só poderia ser de uma banda negra. Agora imaginem o quadro: na plateia, negros amantes de Blues e Rhythm & Blues e no palco uma banda de Rockabilly. Embora não tenham ocorrido protestos mais acalorados, custou muito para aquela plateia exigente aceitar os primeiros brancos a pisarem no Apolo. Os Crickets ainda apareceram em rede nacional no Ed Sullivan Show.

Em 1958, Buddy encontrou aquela que seria o grande amor de sua vida, Maria Elena Santiago, com quem se casou pouco depois (fato que era desconhecido dos fãs até a morte de Holly). Foi nesse ano também que Buddy Holly fez sua histórica turnê à Inglaterra onde ele era simplesmente venerado pelos jovens, dentre os quais, futuras lendas do Rock and Roll (John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Mick Jagger, Allan Clarke, Graham Nash e outros). De volta aos EUA, Buddy rompe a parceria com Petty, insatisfeito com os contratos envolvendo seu nome e o dos Crickets. O empresário ficou com os Crickets e Buddy começou sua carreira solo.

Em 1959, decidiu se juntar a alguns artistas como Ritchie Valens, Big Bopper e Dion & The Belmonts num evento chamado Winter Dance Party. Após um show em Iowa em 2 de fevereiro, o ônibus da trupe quebrou e Buddy alugou um jatinho para levar alguns deles para outro lugar. Como só havia três lugares, fora o do piloto, houve um sorteio entre todos e Buddy, Ritchie e Bopper foram vencedores, deixando o resto do pessoal chateado. Numa brincadeira bem mórbida, Buddy brincou com o músico Waylor Jennings, que fazia parte da comitiva: "espero que esse ônibus congele". Jennings devolveu: "E eu espero que esse maldito avião caia!". Dito e feito: poucas horas após decolar, o avião com os músicos caiu vitimando a todos os tripulantes. Jennings disse num depoimento que a tal piada de mal gosto o assombrou por décadas.

No funeral de Buddy, o casamento do músico veio à tona e a família ficou conhecendo sua esposa grávida de seis meses, Maria Elena. Infelizmente, o fruto de tão belo amor não vingou, pois Maria teve um aborto espontâneo [enquanto escrevo isso, as lágrimas afloram de meus olhos...].

The Crickets continuou atuando como banda e teve diversas alterações em sua formação, vindo a terminar nos anos 70. Nos anos 90, a partir de um evento chamado Buddy Holly Day, seus membros originais voltaram a se reunir e a banda está junta até hoje.

Norman Petty continuou a atuar como empresário mas nunca mais encontrou um parceiro como Buddy Holly. Ele faleceu em 1984.

Nos anos 70, foi feito um filme para TV contando a história de Buddy Holly, The Buddy Holly Story, com Gary Busey no papel de Buddy. Maria Elena se casou novamente e teve três filhos. Hoje é uma avó coruja e é a guardiã de tudo o que se refere ao seu inesquecível amado: sua música, seus direitos, sua imagem. Tudo isso ela alcançou graças a um grande admirador de Buddy Holly como forma de agradecimento por tudo o que ele conquistou como grande artista e ser humano. Seu nome? Paul McCartney.

Para conhecer mais sobre Buddy Holly, visite: http://www.buddyhollyandthecrickets.com/

Buddy Holly, uma estrela que jamais vai deixar de brilhar

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Play CCR!

O equivalente americano para o jargão "toca Raul" é "play CCR", pois nunca uma banda foi tão cultuada pelos roqueiros brasileiros do que Creedence Clearwater Revival. Tanto Raul quanto o Creedence já não existem mais em matéria, viraram lendas mas 10 entre 10 brasileiros que curtem Rock (não importa a vertente) são fãs incondicionais dos dois.
A história da banda começou em 1958 quando dois jovens amigos do subúrbio de San Francisco, John Fogerty (guitarra) e Doug T. Clifford (bateria), fãs incondicionais de Blues, Rhythm & Blues e Rock resolveram dar vazão a esse amor, como todo garoto de sua época: formando uma banda. Johnny comprou sua primeira guitarra, uma  Sears Silvertone e um amplificador. A bateria de Doug era bem improvisada e rudimentar. Com a entrada do amigo baixista Stu Cook, nasciam The Blue Velvets. A banda tocava alguns sucessos americanos dos anos 50. Um quarto elemento veio a ser juntar a eles como vocalista e guitarrista: Tom Fogerty, o irmão mais velho de John e a banda mudou seu nome para Tommy Fogerty & The Blue Velvets. Os irmãos Fogerty começaram a compor algum material próprio e durante uns 3 anos, eles atuaram no circuito amador de sua vizinhança até chamar a atenção da gravadora Fantasy que resolveu contratá-los em 1964. Mesmo com a explosão da Beatlemania e o advento da Segunda Onda, a gravadora acreditou no potencial dos rapazes, que mudaram o nome da banda para The Golliwogs [nota do Editor: o nome da banda era uma referência a um personagem infantil chamado Golliwogg]. John tornou-se o homem de frente da banda e a banda gravou alguns singles com sucesso local. Em 1967, passado o furacão causado pela Segunda Onda, as bandas americanas começaram a despontar para o mundo com uma sonoridade mais psicodélica e lisérgica. John e seus amigos resolveram ir na contramão da Cena de San Francisco tocando temas bem rurais com uma sonoridade que remetia aos pântanos da Louisiana, umas pitadas de Rock cinquentista e Blues. Abanadonaram seus empregos para se dedicar integralmente à sua música e resolveram mudar o nome da banda. Após pensar em alguns, resolveram homenagear um amigo de Tom chamado Credence Newball, citar uma marca de cerveja (Clear Water) e falar sobre o tipo de som que eles queriam fazer (um revival). Colocaram mais um "e" no primeiro nome e a banda começou a ser chamada CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL. No ano seguinte, gravaram seu primeiro álbum, Creedence Clearwater Revival recheado de covers como  Ninety-Nine and a Half (Won't Do) de Steve Cropper, Wilson Pickett e Eddie Floyd; Suzy Q, releitura da banda para o clássico de Dale Hawkins e I Put a Spell On You (de Screamin' Jay Hawkins). Há também comsposições de John Fogerty como Working Man e Get Down Woman, além de uma parceria dos irmãos Fogerty, Walk In The Water.
Em 1969, gravaram o segundo álbum Bayou Country que tem clássicos creedencianos como Born On The Bayou, a releitura de Good Golly Miss Molly (de Little Richard) e o supra sumo do universo Creedence e do Rock: Proud Mary! No mesmo ano, a banda grava seu terceiro álbum, Green River e tome clássicos: Lodi, Tombstone Shadow, Green River, Bad Moon Rising e Commotion. Na esteira desse, veio o quarto álbum da banda (também de 1969), Willy & The Poor Boys que tem outros clássicos como Fortunate Son com sua corrosiva crítica contra a Guerra do Vietnã, Down On The Corner, Cotton Fields (de Leadbelly) e a tradicional Midnight Special. Foi gravada uma versão alternativa de Down On The Corner  que acabou não sendo aproveitada para o álbum (mas que foi inserida na edição de 40 anos do mesmo), a banda fez uma jam session com o grupo de Soul instrumental da Stax: Booker T. & The MG"s [um super-encontro entre grandes feras do Rock e do Soul!!!]. Nesse ano, a banda participou do Festival de Woodstock.
Em 1970, veio o álbum Cosmo's Factory, o "Please Please Me" do CCR, pois é classico que não acaba mais, tal qual o disco de estréia dos Fab 4. Seguraí: Ramble Tamble, Before You Accuse Me (de Bo Diddley), a energética Travelling Band (sem comentários...), Ooby Dooby (Roy Orbison), Lookin' Out My Back Door, Run Through The Jungle, Up Around The Bend, Born On The Bayou, My Baby Left Me (Elvis), Who'll Stop The Rain, I Heard it Through The Grapevine (Marvin Gaye) e Long As I Can See The Light [ufa!!!]. De novo o Booker T & The MG"s deus as caras no ábum tocando uma versão alternativa de Born On The Bayou. É de 1970 também o sexto álbum do CCR, Pendulum. Ali tem os clássicos Hey Tonight, Molina, Hideaway e Have You Ever Seen The Rain (precisa falar mais alguma coisa?). Depois desse álbum, brigas internas fizeram com que Tom Fogerty deixasse o CCR que decidiu continuar como trio. Dois anos depois, a banda gravou seu derradeiro álbum, Mardi Gras. aqui tem Hello Marylou (Rick Nelson) e Lookin' for a Reason. Quando Tom havia saído da banda, John Fogerty começou a cobrar os companheiros quanto a investir em seu próprio material. Isso foi o estopim de uma briga que culminou no fim de uma das bandas mais criativas e originais que o Rock viu surgir. Cada um começou a trabalhar em seus projetos individuais, mas Fogerty foi o mais bem sucedido.
Tom Fogerty faleceu em 1990. Stu e Doug sempre trabalharam juntos até que em 1995 tivearm a ideia de um novo CCR: Creedence Clearwater Revisited com um Fogerty "genérico", John Tristao. Eles já vieram ao Brasil umas três vezes e Mr. Fogerty (o original) está nos devenndo uma visita. Só basta terminar esse post pedindo pelo amor de Deus, PLAY CCR!

CCR em ação.
Foto extraída de http://www.creedence-online.net/
Fonte:
http://www.creedence-online.net/
Wikipedia (em inglês)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"Eles são uns verdadeiros Animais!"

Na efervescente cena londrina, havia dois points específicos onde se podia ouvir Blues e Rhythm & Blues de qualidade. Eram os clubes Marquee e o Crawdaddy, onde músicos locais e outros nos arredores da capital da Inglaterra podiam se reunir para fazer homéricas jams. Esses dois clubes viram nascer lendas como o Blues Incorporated de Alexis Korner, os Rolling Stones, os Bluesbreakers de John Mayall, Screamin' Lord Sutch & The SavagesThe Yardbirds, Fleetwood Mac e The Animals. A última havia sido formada em 1962 e chamava Alan Price Combo, onde o tecladista e líder Alan Price já contava com o guitarrista Hilton Valentine, o baixista Chas Chandler e o baterista John Steel. Com a entrada do vocalista oriundo de New Castle, Eric Burdon, a banda começou a pensar num novo nome, que acabou vindo durante uma apresentação da banda, onde foram considerados rudes e grosseiros pela plateia que os chamava incessantemente de animais. O nome pegou e a banda fechou contrato com o empresário dos Rolling Stones e Yardbirds e dono do Crawdaddy Giorgio Gomelski. Com um vasto repertório que ia de Jimmy Reed a Nina Simone, a banda foi contratada pela Columbia Records, uma subsidiária da EMI, onde gravarm seu primeiro single, Baby Let Me Take You Home. Mas o sucesso veio mesmo em 1964 quando a banda gravou The House Of Risnig Sun, uma canção que já havia sido gravada por Bob Dylan e Nina Simone. A versão dos Animals alcançou os primeiros lugares das paradas, o que começou a abrir para a banda várias oportunidades de aparecer em programas de televisão como Ready Steady Go e Shindig! Aproveitando o advento da Segunda Onda ou Invasão Britânica, The Animals fizeram sua primeira turnê americana e tocaram no Ed Sullivan Show, onde no início do ano seus conterrâneos Beatles haviam se consagrado. Aí vieram outors singles de sucesso onde interpretaram o melhor do Blues (Boom Boom de John Lee Hooker), Folk (Don't Let Me Be Misusnderstood de Nina Simone) e Soul (Talkin' bout You de Ray Charles), além de outros clássicos como We Gotta Get Out Of This Place (Mann-Weil), Roberta (Frankie Ford), Bring It On Home To Me (Sam Cooke), See See Rider (Ma Rainey) e Around and Around (Chuck Berry).
Em 1965, começou a haver desentendimentos internos na banda que acabaram culminando na saída de Alan Price. Reza a lenda que Burdon e Price nunca se suportaram. para o lugar do tecladista, passaram pela banda Mick Gallagher e Dave Rowberry, que ficaram pouco tempo. No ano seguinte foi a vez do batera Steel deixar o barco, sendo substituído por Barry Jenkins. Nessa altura, a banda se chamava Eric Burdon & The Animals e teve mais uma baixa, o baixista Chandler que deixou a banda para ser empresário de Jimi Hendrix. Com isso, Burdon achou melhor terminar a banda formando uma outra chamada Eric Burdon & The New Animals que contava com John Weider (guitarra), Vic Briggs (guitarra e teclados) e Danny McCulloch (baixo). A banda seguiu uma direção diferente dando ênfase à psicodelia, muito em voga naquele instante. Nessa época gravaram os hits San Franciscan Nights e Sky Pilot.
Em 1968, nova mudança na banda: saíram Briggs e McCulloch e entraram George Bruno (teclados) e Andy Summers (guitarra). Após gravar mais alguns singles, a banda foi dissolvida. O curioso é que os membros originais da banda (Burdon, Price, Chandler, Valentine e Steel) fizeram uma reunião para um evento beneficente em 1968. Eric Burdon mudou-se para os EUA onde formou a banda de Soul War, gravando com eles o álbum Eric Burdon Declares War. Mesmo com a saída de Burdon após uma turnê, o War conseguiu sobreviver e fez muito sucesso.
Houve pelo menos 2 tentativas de reunir o time original dos Animals. Uma em 1975 com alguns shows na Inglaterra e outra em 1983, onde eles gravaram o álbum Ark, que teve repercussão mínima.
Em 1993, Hilton Valentine tentou reativar a banda chamando-a Animals II, contando com o baterista original Steel e o tecladista de outra fase Dave Rowberry. O ex-baixista Danny McCulloch também tentou criar sua versão dos Animals. No ano seguinte, a banda entrou para Rock and Roll Hall of Fame. Em 1996, o baixista original Chas Chandler faleceu. Em 1998, foi a vez de Burdon reativar os Animals como grupo de apoio, sem contar com outros membros de formações anteriores. Em 2008, houve uma batalha judicial pelos direitos ao nome da banda entre Burdon e Steel, vencida pelo baterista. Em seguida, os membros originais Valentine e Steel criaram uma nova formação da banda, a qual hoje só conta com o baterista como único remanescente original


Formação original dos Animals
 Fonte:
Wikipedia (em inglês)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Rainha Vive!

Não, não estou falando da Rainha Elizabeth II da Inglaterra que no alto de seus 84 anos, continua sendo a grande monarca do Reino Unido. God Save The Queen!
Estou falando de outra rainha, uma das bandas mais queridas da história do Rock and Roll: QUEEN, banda que teve seus primórdios no final dos anos 60 quando o guitarrista e estudante de Física e Matemática Brian May e o baterista e estudante de Biologia Roger Taylor, ambos do Imperial College se uniram ao baixista/vocalista Tim Staffell para formar a banda Smile. May e Staffell já haviam tocado antes numa banda chamada 1984. Apesar de ter gravado algum material pelo selo Mercury, a banda Smile teve curta duração (1968-1970) pois Tim Staffell deixaria os companheiros para formar outra banda. Nesse ínterim, o Smile tinha chamado o tanzaniano Farouk [também chamado FreddieBulsara, amigo de Staffell para fazer as vezes de tecladista e vocalista na banda. Num dado momento, Brian pensou em deixar a música em favor dos estudos mas Freddie o persuadiu a continuar em outra banda, tendo o colega Roger Taylor do Smile fazendo parte do trabalho. Farouk Bulsara se tranformava em Freddie Mercury e ele sugeriu o nome Queen por ter um significado poderoso mas bem simples de se pronunciar em qualquer língua [muita gente hoje em dia pensa que o nome seria uma gíria para homossexual em inglês, mas a intenção da banda não era essa]. O Queen contou com alguns baixistas que acabaram não se firmando. Isso até 1971 quando John Deacon se firmou como o titular das quatro cordas.
O Queen era uma das poucas bandas novatas que tocavam/interpretavam seu própio material. Isso os levou à gravação do primeiro álbum Queen (1973) que é considerado um dos melhores discos de estréia de um artista/banda. Keep Yourself Alive e Seven Seas of Rhye (versão instrumental) são alguns dos destaques.
No segundo álbum (Queen II, 1974), a banda investiu num estilo mais operístico que seria o supra sumo das futuras apresentações do Queen. Aqui, além dos clássicos queenianos White Queen (As it Began) e The March of Black Queen, há a versão mais conhecida de Seven Seas of Rhye. No mesmo ano, a banda gravou seu terceiro álbum Sheer Heart Atack  com as pérolas Killer Queen e Now I'm Here.
No ano seguinte, veio aquele que é considerado o álbum dos álbuns do Queen, A Night at The Opera [o título faz menção a um filme dos Irmãos Marx]. Esse álbum traz o grande clássico Bohemian Rhapsody, a síntese definitiva entre Rock e Opera. Pensa que é só isso? Ainda tem Love of My Life, outro grande clássico rockeiro e You're My Best Friend, preferida por 11 entre 10 fãs do Queen. O álbum é magistralemente fecahdo com a versão queeniana do hino da Inglaterra: God Save The Queen. Nesse momento, o Queen se consolida como uma das melhores bandas do mundo e seus videoclips são os mais incensados pelo público.
Em 1976, vem o álbum The Day at the Races. E tome clássicos do Queen na moleira: Tie Your Mother Down, Somebody To Love - que teve como inspiração a introdução de Jesus Joy of Man's Desiring de Bach [opinião do Editor] e Good Old-Fashioned Lover Boy.
Por falar em clássicos, o quinto álbum do Queen, News of the World (1977) traz nada mais nada menos que We Are The Champions, o hino dos vencedores, além de We Will Rock, para rockeiro nenhum ficar parado e Spread Your Wings (haja coração nessas horas!).
O sexto álbum, Jazz (1978) é um dos que fazem os queenmaníacos torcerem o nariz, apesar de figurarem alguns clássicos como Bycicle Race, Don't Stop me Now e Fat Bottomed Girls.
The Game (1980) foi o primeiro álbum do Queen a alcançar os primeiros lugares nas paradas americanas e tome clássicos: Play The Game, Save Me, Another One Bites the Dust (influenciada pela batida genial do baixista do grupo Chic, Bernard Edwards no clássico Good Times) e Crazy Little Thing Called com sua levada bem Rockabilly. Nesse mesmo ano, a banda gravou a trilha sonora do filme Flash Gordon que tem a deliciosa Flash's Theme de Brian May.
Em 1981, o Queen fez sua primeira turnê em terras brasileiras num show inesquecível num Morumbi lotado.
Em 1982, o Queen gravou o mais execrado dos álbuns da banda [na opinião dos fãs do Queen], Hot Space. Apesar dos pesares, ali tem a parceria do Queen com o cantor David Bowie em Under Pressure (com um dos mais conhecidos riffs de baixo da história, "chupado" anos mais tarde pelo rapper Vanilla Ice na deplorável Ice Ice Baby); Cool Cat, uma incursão do Queen numa vertente do Soul chamada no Brasil de Charm e que fez um grande sucesso em bailes black brasileiros da década de 80; Las Palabras de Amor, com a banda cantando trechos em espanhol e Life Is Real (Lennon's Song) uma singela homenagem a John Lennon que sido assassinado uns dois anos antes. Por falar em homenagem ao eterno Beatle, o Queen costumava tocar sua versão de Imagine (pode ser encontrada em bootlegs da banda).
Depois da ausência do bom e velho Rock and Roll no álbum anterior, o Queen voltava com força total em The Works (1984), mas sem deixar de lado a levada funky soul. Nesse álbum estão Radio Ga Ga, I Want to Break Free, cujo videoclip mostrava a banda caracterizada como mulheres (!!!) e Hammer to Fall. A turnê do disco trouxe o Queen pela segunda vez ao Brasil, onde eles participaram do primeiro Rock in Rio (1985). Eles acabaram roubando a cena, num dos mais memoráveis shows internacionais que o Brasil já viu. Nesse mesmo ano, a banda participou do Live Aid.´Paralelo ao álbum, Freddie gravou seu primeiro trabalho solo, Mr. Bad Guy (1984) com o hit I Was Born to Love You e um dueto com Michael Jackson em There Must Be More To Life Than This.
Em 1986, a banda gravou Kind of Magic, baseado  na trilha sonora do filme Highlander, o Guerreiro Imortal, estrelado por Christopher Lambert. São desse álbum:  A Kind of Magic, One Vision, Friends Will be Friends e Who Wants to Live Forever. Esse álbum foi massacrado pela crítica, mas sua turnê foi uma das mais rentosas da história da banda. No dia 9 de agosto de 1986, a banda fez seu derradeiro show no Knebworth. No ano seguinte, o Queen tira férias e Freddie grava seu segundo trabalho solo, The Great Pretender, com sua versão para o clássico homônimo do The Platters. Este álbum só seri lançado em 1992.
Em 1988, Freddie gravou o álbum solo Barcelona com a soprano lírica Montserrat Cabalet, onde cantam, entre outras coisas, a canção-título e How Can I Go On, que fez um enorme sucesso, sobretudo no Brasil.
Em 1989, o Queen voltou ao estúduio para gravar o álbum The Miracle, que contava com a faixa-título, I Want It All e Breakthru. Foi nessa época que Freddie descobriu que era portador do vírus da AIDS. Ao invés de se abater, o cantor agarrou-se com afinco ao trabalho do Queen e eles gravarm o álbum Innuendo (1991), o último da banda com material inédito. Contém Innuendo, The Show Must Go On (seria uma prévia do que estava por acontecer com Freddie?) e These Are the Day of Our Lives.  verdade era que Freddie cada vez mais estava definhando por causa de sua doença até sucumbir em novembro daquele ano. A morte de Freddie trouxe o fim àquela banda formada duas décadas antes e criou uma nova lenda que vai ser contada de geração em geração.
Um ano depois da morte de Freddie, vários artistas se reuniram no evento Freddie Mercury Tribute Concert. Elton John, Extreme, David Bowie, Robert Plant e outros interagiram com os membros do Queen nesse inesquecível tributo.
Em 1995, os remanescentes do Queen se reuniu uma vez mais em estúdio para finalizar o material deixado por Freddie que acabou ficando fora de Innuendo. dsete trabalho resultou Made In Heaven. Depois disso, cada um deles mergulhou em seus trabalhos individuais e vez ou outra têm se reunido para um revival do Queen, tendo contado com George Michael e Paul Rodgers como frontmen em ocasiões distintas. Em todos esses eventos, a banda fez questão de frisar que nunca houve uma tentativa de reativar o Queeen. "Freddie era o coração da banda", teriam dito Brian, Roger e John.

A biografia acima foi só uma pincelada sobre a trajetória do Queen. Caso queiram saber mais e ir a fundo na história da banda, pode visitar: http://www.queenonline.com/home

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Thin Lizzy

Em homenagem à memória do saudoso Gary Moore, vamos iniciar o Blog falando sobre o Thin Lizzy, banda de Hard Rock da qual o guitarrista fez parte.

Num lugar turbulento como era a Irlanda dos anos 60 por conta dos conflitos entre católicos e protestantes, alguns jovens, inspirados nos Beatles e Rolling Stones formaram suas bandas de Rock. Uma das mais conhecidas era o Them, capitaneada pelo cantor Van Morrison. Nos subúrbios de Dublin, uma lenda começava a tomar forma quando Phil Lynnot, filho de mãe branca e pai negro e portanto, produto de uma minoria ignorada pela sociedade começou a tocar baixo numa banda chamada Orphanage com o amigo batera Brian Downey. Ambos haviam começado juntos em alguns conjuntos locais como The Black Eagles e Skid Row (nada a ver com a banda de Rock farofa dos anos 90). Foi quando eles encontraram em 1969 o guitarrista Eric Wrixon e o tecladista Eric Bell, egressos do já citado Them. Resolveram deixar o Orphanage para então formar outra banda tocando material próprio nos clubes e pubs dublinenses. O nome escolhido fazia referência a uma personagem de história em quadrinhos de um gibi inglês chamado The Dandy, uma robô chamada Tin Lizzy [Lizzy de Lata]. Pra carregar no sotaque irlandês, emendaram para "Thin Lizzy" [algo como Lizzy Magrela].
Em 1970, a banda gravou seu primeiro single pela EMI,  The Farmer / I Need You, que vendeu apenas 283 unidades, mas hoje em dia é ítem de colecionador. Wrixon deixou o Thin Lizzy pouco antes do lançamento do single para tocar em uma nova encarnação do Them sem Van Morrison. No fim desse ano, a banda assina com a Decca Records (aquela mesma que havia rejeitado os Beatles e fechou com os Rolling Stones) e grava seu primeiro álbum, Thin Lizzy. Eles acabam se mudando para Londres mas o LP não vai tão bem de vendas. Mesmo assim, a Decca banca Shades of a Blue Orphanage (1971), o segundo disco da banda, que como o primeiro tinha estórias do cotidiano de Dublin como tema central. Mesmo não vendendo bem, a Decca continuou acreditando na banda que em 1972 sai em turnê com o Slade e Suzy Quatro. Nesse mesmo ano, a banda gravou um de seus primeiros sucessos, uma versão de uma canção tradicional irlandesa chamada Whiskey In The Jar que acabou sendo lançada em single. Resultado: sucesso absoluto na Irlanda e Top 6 nas paradas inglesas. Como resultado, participaram do famoso programa de TV britânico Top Of The Pops. Tudo o que o Thin Lizzy lançou na Irlanda alcançou os primeiros lugares da parada local, mas o resto das ilhas britânicas continuava indiferente.
O terceiro álbum Vagabonds of the Western World (1973) mostrou ser outro fracasso comercial. Nesse ínterim, a banda sofre uma baixa: o guitarrista Eric Bell deixa o Thin Lizzy na véspera de Ano Novo, alegando doença e desilusão com a indústria fonográfica. Para seu lugar, foi recrutado Gary Moore, que havia tocado com Lynnot no Skid Row. Ele terminou os compromissos assumidos pela banda na época. Moore não ficou muito tempo na banda e só participou em 3 canções do quarto álbum Nightlife (1974). Após alguns entreveros e o fim do contrato com a Decca, Downey pensou em jogar tudo pro alto mas o convincente Phil consegiu fazê-lo mudar de ideia. Na procura de um substituto, Lynnot  e Downey, únicos remanescentes da formação original, fecharam com dois guitarristas, Brian Robertson e Scott Gorham que vieram contribuir para melhorar mais o som da banda.
Em 1975, gravaram o álbum Jailbreak, com destaque para The Boys Are Back In Town, que se tornou posteriormente um clássico da banda (dizem que o Black Sabbath "chupou" a levada dela para sua canção Never Say Die). Fizeram sua primeira turnê americana junto com o Bachman-Turner Overdrive e Bob Seger.
Em 1976, alguns fatos turbulentos marcaram a banda. Lynnot ficou com hepatite e a turê teve que ser cancelada. Quase no fim do ano foi a vez de Robertson sofrer um acidente que quase inutilizou sua mão e ele foi substituído pelo sempre prestimoso Gary Moore. No ano seguinte, a banda gravou o álbum Bad Reputation, onde Scott Gorham teve que gravar as duas guitarras do disco pois Robertson ainda recuperava do problema na mão. O baixista e o guitarrista começarama se estranhar e a gota d'água foi o desentendimento quanto à produção do álbum ao vivo Live and Dangerous (1978). Robertson acabou saindo da banda e Gary Moore veio  a substituí-lo em tempo integral. Downey não pôde excursionar com a banda, pois o filho estava doente. Sendo assim, ele foi substituído por  Mark Nausseef. O batera do Thin Lizzy voltou para as sessões do álbum Black Rose: A Rock Legend. A essa altura os problemas com drogas envolvendo, principalmente, Lynnot e Gorham começaram a ficar evidentes, mas a banda manteve o pique e gravou alguns singles como Waiting for an Alibi e Do Anything You Want To", que alcançaram o segundo lugar nas paradas britânicas. Um terceiro single fez um sucesso moderado. Trata-se de Sarah, uma ode à filha recém-nascida de Phil.
Em 1979, Gary Moore saiu da banda intempestivamente no meio de uma turnê e Phil decidiu manter o Thin Lizzy como um trio. O guitarrista Midge Ure (Ultravox) fez um tour de force com a banda e mostrou-se disponível quando fosse neceesário. Mesmo assim, Lynnot chamou outro guitarrista, Dave Flett (ex-Manfred Mann's Earth Band) e Ure ficou atuando como tecladista. Após essa conturbada turnê, o Thin Lizzy deu um tempo e Phil Lynnot gravou seu primeiro trabalho solo, Solo In Soho (1980), álbum que contou com os colegas de Lizzy (Gorham e Downey), Mark Knopfler (Dire Straits), Snowy White (músico de estúdio do Pink Floyd) e os ex-Thin Lizzy Gary Moore e Brian Robertson. Nesse mesmo ano, a banda gravou o álbum Chinatown, que teve como reforços o guitarrista Snowy White e o jovem tecladista Darren Warthon, então com 17 anos.
No ano seguinte, enquanto é lançada a primeira coletânea da banda, The Adventures of Thin Lizzy, Lynnot gravou seu segundo álbum solo, The Phillip Lynnot Album no mesmo esquema do anterior com membros do Thin Lizzy como músicos de apoio e outros convidados (Midge Ure, Mark Knopfler e Huey Lewis, entre outros). O álbum levou um ano para ser lançado, exatamente depois de Renegade (1981) do Thin Lizzy.
Em 1982, começou a haver constantes problemas internos, o que fez com que algumas turnês fossem canceladas. Essas falhas fizeram com que Snowy White pedisse o boné e Lynnot teve que retomar a procura por um guitarrista efetivo, o qual encontrou na pessoa de John Sykes.
O álbum Thunder and Lightining (1983) foi o canto do cisne do Thin Lizzy e Phil queria que a banda se despedisse em grande estilo. para tanto chamou ex-guitarristas da banda (Eric Bell, Gary Moore, Brian Robertson e Snowy White) para uma positiva turnê de despedida que resultou num álbum duplo ao vivo, Life (1983). O ápice dessa tour foi a união de 5 guitarristas (Bell, Gorham, Moore, Robertson e Sykes) numa mesma música, The Rocker.
Depois disso, Lynnot ainda gravou alguns trabalhos solo, sempre tendo os amigos de Thin Lizzy por perto e acabou falecendo em 1986, aos 36 anos apenas, por conta de seus problemas com drogas. Elel cogitava um possível retorno da banda ms não hove tempo hábil. Durante muito tempo sempre houve o boato de que Lynnot tivesse sido filho de um brasileiro (na verdade seu pai biológico era guianense), fato desmentido por sua mãe, que continuou mantendo o legado do filho através da Fundação Phillip Lynnot. Em 2005, uma estátua em homenagem a ele foi erigida em Dublin numa cerimônia que contou com muitos ex-membros do Thin Lizzy.
Os outros membros do Thin Lizzy voltaram a trabalhar juntos em 1990 para terminar uma gravação que Phil havia deixado, no melhor estilo Beatles Anthology. Esse foi o gancho para um retorno, que acabou acontecendo oficialmente no décimo aniversário de morte de Lynnot. Gorham, Warthon e Downey são os únicos membros mais veteranos da banda, mantendo seu leago ainda vivo.
Gary Moore teve uma sólida carreira solo e fez um grande sucesso (inclusive no Brasil) com a canção Still Got the Blues (1990). Gary faleceu em fevereiro de 2011.

Para ver fotos e vídeos, além de conhecer mais sobre a banda, visitem http://www.thinlizzy.org/

Fonte:

Wikipedia

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Para começar

Este blog destina-se a contar sobre a biografia de grandes vultos da Música, seja ela erudita ou popular (dentro do nosso campo de entendimento), contar algumas curiosidades sobre eles e sobre sua música. ão pretendemos ser um compêndio literário que verse sobre biografias, tanto que quando possível, postaremos também links para textos mais complexos sobre esses homens e mulheres que fizeram história na música.