segunda-feira, 11 de abril de 2011

Stuart Sutcliffe, o Beatle Perdido - primeira parte

Ontem, 10 de abril, lembramos uma grande perda, ocorrida há 49 anos atrás. Naquele dia, morria Stuart Sutcliffe. Para muitos, ele pode ter sido só o quinto membro dos Beatles em seus primórdios. Para outros, ele não teria muito a acrescentar como músico. Para a grande massa de admiradores e fãs dos Beatles, no entanto, Stuart vai ser sempre lembrado por ter participado da história da melhor banda de todos os tempos. É como aquele parente que nossos pais vivem citando com nostalgia e que nunca viemos a conhecer.

Stuart Ferguson Victor Sutcliffe nasceu no dia 29 de junho de 1940 em Edinburgo, Escócia e era filho de Charles Sutcliffe, um oficial da Marinha Britânica e Millie Sutcliffe, uma professora. Stu tinha duas irmãs, Pauline (hoje detentora do espólio do irmão) e Joyce. A família mudou-se para a Inglaterra em 1943 e o pai de Stu estava sempre viajando, nunca tendo tenpo de ficar com os filhos. De 1946 a 1950, Stu cursou os primeiros anos de escola na Park View Primary School em Huyton. Terminou o curso secundário na Prescott Grammar School em 1956, indo estudar no Liverpool Art College, onde começou a se tornar um excelente pintor. Nesses primeiros anos, Stuart trabalhava como gari (lá chamado de bin man), carregando os caminhões de coleta de lixo nas ruas da cidade.

Em 1958, ele foi apresentado a John Lennon por um amigo comum, Bill Harry (que mais tarde seria um dos maiores divulgadores da cena musical chamada Mersey Beat). Os dois eram grande amigos com interesses diferentes. Enqnto Stu se aperfeiçoava como artista plástico, John estava às voltas com sua banda, The Quarrymen. Os três, cada um em sua área, formavam uma espécie de "Academia de Artes" dentro do Art College. Bill era o representante das letras, Stuart representava as artes plásticas e John Lennon a música. Em 1959, Stu dividia um apartamento em Gambier Terrace nº 3 com sua colega Margareth Chapman (1940-2000), que se tornou posteriormente uma grande pintora. O tio-avô da jovem, Charles  Lightoller (1874-1952) era segundo oficial do transatlântico Titanic e um dos únicos sobreviventes do naufrágio daquela embarcação. John também acabou se mudando para o apartamento do amigo e Margareth lhe oferecu o livro The Catcher in the Rye (O Apanhador no Campo de Centeio) de J.D. Sallinger.

No início de 1960, Stu acabou conhecendo os colegas de banda de John, Paul e George, que atendiam, naquele momento pelo nome de Johnny & The Moondogs, quando quando eram a banda residente do Casbah Club de Mona Best, cujo filho, Pete, se tornaria baterista deles no decorrer daquele ano. Stu havia vendido um de seus quadros pela soma de 65 libras esterlinas (um valor considerado alto) numa exposição, o que fez John convencê-lo a comprar um baixo e assim, ingressar na banda. Naquele momento, Stu era muito jovem e tocar numa banda dava status e reconhecimento com as garotas. Além disso, havia a questão da amizade que ele tinha por John. Mesmo não sendo afeito à música, apesar das parcas lições de piano que fez questão de abandonar quando em criança, Stu chegou a cantar no coral da escola e tocava clarim na Air Training Corps (Cadetes da Força Aréra Britânica). Atendendo à sugestão do amigo, foi com ele numa loja local comprar um baixo Höfner 500/5, o qual já estavam "namorando" há muito tempo. George ficou incumbido de ensinar a Stu as primeiras lições.

Em maio de 1960, os Beatles ensaiavam na casa de Paul em Forltin Road e alguns dsses ensaios foram gravados num gravador portátil. Esses são os únicos registros de Stu como membro da banda. O problema de Stu era tocar frequentemente o baixo nos shows, o que o deixava com calos nos dedos devido à falta de jeito.

Quando os Beatles começaram a tocar no Jacaranda Club de Allan Williams, Stu ainda era um pouco inexperiente. Não raro, sempre tocava de costas para a platéia. Brian "Cass" Casser, vocalista da banda Cass & The Casanovas, residente do bar, havia comentado com John que um nome como Johnny & The Moondogs era pura perda de tempo e que se usassem um nome como Buddy Holly & The Crickets seriam muito bem sucedidos. Stu, atento à conversa, rabiscou num pedaço de papel a palavra "crickets" (grilos) e pensou em alguns insetos e em seguida escreveu "beetles". Fez um jogo de palavras e chegou a Beatals, que acabou sendo adotado pelo amigo. Um tempo depois, John mudou o nome para Beatles com "a". Só que Allan Williams achava que era um nome muito curto. Assim, a banda começou a se chamar Long John & The Silver Beatles.

Continua no próximo post

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Stu e John: verdadeiros irmãos


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