segunda-feira, 18 de abril de 2011

Os Esquisitos Kinks - finale

Os Kinks entraram nos anos 80 mais incensados do que nunca, sendo uma das principais bandas dos anos 60 ainda ativas, junto com os Rolling Stones e The Who. Para inaugurar a década, um álbum ao vivo, One for the Road  (1980) com músicas de diversas fases da banda. Em 1981, veio o inédito Give the People What They Want que fez os jovens dos anos 80 redescobrirem a banda, granjeando muitos novos fãs. As faixas de destaque são Destroyer (seu primeiro grande hit da década), Around the Dial e Killer Eyes além da faixa título. No fim desse ano e durante todo o ano de 1982, a banda pôs a cara na estrada e fez uma mega turnê, visitando países como Austrália, Japão, Inglaterra e EUA com um supreendente gran finale na cidade de San Bernardino, Califórnia onde tocaram para um público de 205.000 pessoas.

No final de 1982, terminada a turnê, os caras foram descansar, certo? Errado! Entraram em estúdido para gravar o álbum State of Confusion, lançado em 1983, que tinha como destaque para seu clássico Come Dancing, a primeira música dos Kinks a figurar no topo das paradas americanas desde Tired of Waiting for You (1965). Don't Forget to Dance e a faixa título são outros destaques do álbum. Enquanto a banda voltava á crista da onda, Ray estava ás volta com um ambicioso projeto, a trilha sonora do filme Return to Waterloo, onde despontou o hoje famoso ator Tim Roth. Era o primeiro trabalho solo do líder dos Kinks, o que começou a causar tensões com Dave . Falando em problemas, a banda virou um verdadeiro barril de pólvora: o desentendimento dos irmãos Davies, a volta das rixas entre Dave e Mick e o tumultuado fim do relacionamento de Ray com a líder dos Pretenders Chrissie Hynde. Foi nesse clima que lançaram, em 1984, o álbum World of Mouth, de onde foi extraído o single Do it Again que ficou no Top 50 das paradas americanas. A instabilidade entre o guitarrista líder e o baterista dos Kinks fez com que Ray chamasse Bob Henrit (nascido Robert John Henrit em 2 de maio de 1944 em Hertfordshire), que já havia tocado bateria com a banda Argent para as sessões de estúdio. Foi o último trabalho de Avory como Kink. A pedido de Ray, Mick continuou trabalhando para a banda nos bastidores como produtor e contato.

Após um lapso de quase dois anos, os Kinks assinaram com a gravadora MCA nos EUA e a London Records na Inglaterra, onde gravaram o álbum Think Visual, lançado em 1986. Apesar de destaques como Lost and Found and Working at the Factory, o disco não foi bem de vendagens como seu predecessor. Nesse mesmo ano, foi lançada a coletânea dupla Come Dancing with the Kinks cobrindo o período em que eles gravaram na Arista (1977-1983). Três anos depois desse fiasco, lançaram seu segundo álbum ao vivo da década UK Jive que foi outro retumbante fracasso comercial. Eles não conseguiam emplacar mais sucessos porque seus "rivais" Stones e Who chamavam mais atenção da mídia com novos álbuns e peformances elétricas. Ian Gibbons, tecladista de longa permanência, deixou o grupo nesse ano. Para completar a desdita da banda, a gravadora MCA rescindiu o contrato com a banda.

Os Kinks adentraram os anos 90 com o formato original (quatro membros) mas com muitas incertezas pairando no ar. Assinaram com a Columbia Records e passaram quase dois anos gravando o primeiro álbum para a nova casa. Nesse ano de 1990, eles foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame. Em 1993, saiu finalmente o álbum Phobia, que acabou sendo o último trabalho em estúdio da banda. Em 1994, veio To the Bone, uma compliação de um show recente e sobras de estúdio do último álbum. Este foi o derradeiro álbum da banda. Comercialmente, a banda era um barco furado mas do lado musical, tinham muitos seguidores que lhes pagaram tributo. Bandas do emergente Brit-Pop dos anos 90 como Oasis e Blur listaram os Kinks como influências marcantes. Em 1996, Ray e Dave decidiram que era hora de cada um seguir seu caminho e assim, uma emblemática banda dos anos 60 deixava de existir. Houve um burburinho em 1999 em torno da volta da banda, mas Ray e Dave desmentiram tais notícias. A verdade é que os dois já não se bicavam há muito tempo e não queriam mais tocar juntos.

Os irmãos Davies e os outros ex-Kinks passaram, cada um do seu jeito, a tocar o barco em projetos individuais. Ray gravou o seu álbum solo Storyteller em 1998 e passou a se dedicar a outros trabalhos como Kinks Choral Collection, uma coletânea de músicas dos Kinks gravadas com arranjos corais. Em 2004, ele foi condecorado pela Rainha Elizabeth II com a Ordem do Império Britânico por sua contribuição à música. Em 2010, ele gravou See My Friends, um álbum com colaborações de alguns grandes nomes do Rock como Jon Bon Jovi, Metallica, Jackson Browne e Bruce Springsteen, entre outros, que deverá ser lançado ainda nesse primeiro semestre de 2011. Já Dave lançou Bug, seu primeiro disco solo em 2002, após 35 anos seu single Death of a Clown de 1967 (única música de um disco solo nunca gravado chamado A Hole in the Sock of Dave Davies). Mas desde os anos anos 80, ele gravava discos individuais. Em 2004, Dave teve um acidente vascular cerebral que o deixou incapacitado por dois anos. De 2005 a 2006, iniciou um duro processo de reabilitação e voltou aos palcos em 2007. Fez alguns shows intimistas no ano passado.

Em 1994, os ex-membros dos Kinks, John Dalton (baixo) e John Gosling (teclados) se uniram ao batera fundador dos Kinks Mick Avory e o cantor e guitarrista Dave Clarke (nada a ver com o  baterista e líder da fantástica banda contemporânea dos Kinks, Dave Clark Five)  formaram uma dissidência da banda chamada Kast Off Kinks que tem atuado até o presente em concertos beneficentes e congressos de fãs dos Kinks. Peter Quaife (baixista fundador dos Kinks) e Bob Henrit (último baterista da banda) chegaram a tocar junto com eles. Dalton e Gosling se aposentaram e saíram da banda, sendo substituídos por outros ex-Kinks, Jim Rodford e Ian Gibbons, respectivamente. Peter Quaife, já citado, infelizmente faleceu vítima de câncer em 23 de junho de 2010 [que descanse em paz]. Dias depois, Ray Davies fez um show em Glastonbury e triste com a perda do grande amigo, dedicou-lhe a apresentação.

Fonte:
Wikipedia (em inglês)
The Kinks (foto recente): introdução ao Rock and Roll Hall of Fame
Foto: Getty Images

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