sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os Esquisitos Kinks - parte 3

Em 1968, a banda lançou o álbum conceitual The Kinks Are the Village Green Preservation Society, considerado um dos 500 discos mais importantes da História do Rock, embora tenha sido um fracasso de vendas por não apresentar singles. A banda levou quase dois anos para elaborá-lo e ele acabou sendo o último trabalho de Pete Quaife na banda.

Na primeira metade de 1969, Pete Quaife informou aos colegas que estava deixando os Kinks, fato que eles não deram muita importância até ver um anúncio da nova banda do baixista, Maple Oak num anúncio da  Melody Maker, Ray tentou demover Pete da ideia de deixar a banda mas não logrou êxito. O jeito foi chamar John Dalton (nascido em 21 de maio de 1943 em Middlesex, Inglaterra), que já havia subsituído Pete este havia sofrido um acidente de carro em 1966.

Com essa mudança no line up mais a adição do tecladista John Gosling (nascido em 6 de fevereiro de 1948 em Devon, Inglaterra), os Kinks gravaram o álbum Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire), cujo conceito é considerado como precursor da Opera Rock, pois do início ao fim conta uma história, embora muitos atribuam tal status à obra prima do The Who Tommy. Na verdade, Ray Davies tencionava produzir a trilha sonora para uma novela televisiva, contando com o auxílio do escritor Julian Mitchell. O personagem da trama era Arthur Morgan, baseado no cunhado de Ray, Arthur Anning. Com o cancelamento do projeto, Ray resolveu transformá-lo num álbum conceitual, muito bem recebido pela crítica britânica e até pela americana. Se destacam no álbum as músicas Shangri-la, Drivin' e Victoria.

Em 1970, os Kinks gravaram o álbum Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Part One, também conceitual mas com viés satiríco misturando Hard Rock e Music Hall. Desse álbum é o clássico absoluto da banda Lola, música que fala de um travesti. Além dessa música, destacam-se no disco Get Back in Line, A Long Way From Home, Rats, Powerman e Moneygoround. A banda teve problemas com a BBC em veicular Lola por causa da citação da marca Coca Cola numa frase, razão pela qual tiveram que mudar para Cherry Cola. Outra coisa curiosa é o nome do álbum seguido de "parte um" como se eles fossem lançar subsequentemente uma "parte dois". Isso se deu porque a banda tinha a intenção de lançar o álbum em formato duplo o que acabou não ocorrendo.

Em 1971, o próximo álbum da banda foi Percy, trilha sonora do filme homônimo, que fala de um transplante de pênis (!!). Este disco foi o último da banda na gravadora Pye e tem como destaque as músicas God's Children, Moments e The Way Love Used to Be. Em seguida, eles assinaram com a RCA e gravaram seu primeiro álbum por aquela gravadora Muswell Hillbillies, título que é uma referência a Muswell Hill, subúrbio londrino onde os irmãos Davies cresceram e onde formaram o núcleo de uma banda que daria origem aos Kinks. Ele tem como tema o caos e as tensões da vida moderna. Essa estréia dos Kinks pela RCA foi um dos maiores fiacsos comerciais da banda.

Em 1972, eles gravaram o álbum Everybody's in Show-Biz, o primeiro álbum duplo da banda que teve uma parte gravada em estúdio e a outra ao vivo no Carnegie Hall. A partir desse álbum, Ray Davies inauguraria um estilo mais teatral nde compor nos discos dos Kinks, sempre contando as desventuras dos Rock Stars e do mundo do show-bizz. Destacam-se as músicas Here Comes Yet Another Day, Celluloid Heroes e um cover de um sucesso de Harry Belafonte Banana Boat Song Day O.

Entre 1973 e 1976, Ray e os Kinks entraram de sola no estilo mais levado à teatralidade a partir de álbuns conceituais que não visavam a tendência comercial. Um pouco antes disso, porém, a Reprise Record (responsável pela discografia da banda nos EUA) lançou o disco The Great Lost Kinks Album, cheio de gravações da banda entre 1966 e 1970 que não haviam sido lançadas nos discos correntes. Destaque para Plastic Man, I'm Not Like Everybody Else e Till Death Do Us Part. Nesse ano e no seguinte vieram os álbuns Preserved Act 1 e 2. Em 1975, gravaram os derradeiros álbuns de sua fase teatral Soap Opera e Schoolboys in Disgrace, últimos gravados pela RCA.

A partir de 1977 até o final da década, a banda voltou a gravar álbuns de apelo comercial pela sua nova gravadora Arista. O álbum de estréia na nova casa foi Sleepwalker, com destaque para a faixa título e Mr. Big Man. Pouco antes de finalizar as gravações do novo trabalho, a banda teve uma baixa: o baixista John Dalton resolveu sair dos Kinks. Seu substituto foi Andy Pyle (nascido em 1946), que já havia tocado com as bandas Bloodwin' Pigs e Savoy Brown. Com a adição de Pyle, a banda terminou as gravações saiu em turnê. Em 1978, veio o álbum Misfits (destaque para A Rock and Roll Fantasy e Black Messiah). Durante a turnê, o tecladista Gosling e o novo baixista Pyle deixaram os Kinks, sendo subsituídos por Gordon John Edwards (ex-Pretty Things) e pelo velho colega John Dalton que atendeu ao chamado de Ray para terminar a turnê e algumas faixas do álbum. Para o álbum de 1979, Low Budget, a banda tinha uma nova formação: além dos irmãos Davies e do batera Avory, veio o novato Jim Rodford (nascido no dia 7 de julho de 1941 em Hertfordshire, Inglaterra), baixista que tinha atuado na banda Argent (do ex-Zombies Rod Argent). Para o disco, Ray Davies gravou os teclados. Para a subsequente turnê, a banda contou com o reforço do tecladista Ian Gibbons (que havia formado a banda Life), que acabou sendo efetivado como membro.

Continua no próximo post

The Kinks na turnê do disco Low Budget (1979)

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