quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

José Maurício, um brasileiro

Fiquei um bom tempo pensando qual a primeira grande personalidade musical brasileira deveria estrear aqui nas nossas Biografias Musicais. Alguns de vocês do outro lado poderiam sugerir: "posta Raul!"; outros diriam que eu podia falar sobre Tom Jobim, o primeiro grande compositor brasileiro em evidência no mundo; Ary Barroso, Braguinha, Vinícius, Herivelto MartinsFrancisco Alves, Carmem Miranda, Chiquinha Gonzaga, Roberto Carlos, Tim Maia e muitos outros também foram lembrados. Afinal, cada a um a seu modo contribuíram para o desenvolvimento da MPB. Decidi então escrever sobre a biografia do primeiro grande compositor musical nascido no Brasil: Padre José Maurício Nunes Garcia, que tem tudo a ver com a proposta do blog (uma biografia musical).

José Maurício Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro no dia 22 de setembro de 1767, filho de um fazendeiro branco, Apolinário Nunes Garcia e uma filha des escravos, Vitória Maria da Cruz. Sua inclinação para a música veio desde a mais tenra idade. Teria aprendido as primeiras noções com um músico mineiro chamado Salvador José de Almeida Faria. Aos 16 anos, teria composto sua primeira obra, chamada Tota Pulchra Es Maria, uma antífona [uma peça musical executada por dois coros semi-independentes, interagindo um com o outro, às vezes cantando frases alternadas]. Numa sociedade onde poderia sofrer preconceito por ser filho de escrava, José Maurício iniciou-se padre e após sua ordenação em 1792, tornou-se mestre-de-capela. Nesse peíódo, teria composto outras de suas obras e era o organista da congregação.

Com a chegada da Família Real portugûesa, José Maurício caiu nas graças de D. João VI, príncipe regente, um apreciador contumaz da boa música. Ele foi Mestre da Capela Real, formada por músicos locais e europeus. De 1808 a 1811, o jovem padre teria composto cerca de 70 obras mas não escapou do preconceito dos membros da corte que considerava a cor de sua pele "um defeito visível". Como que em resposta a isso, ele acabou perdendo sua função para Marcos Portugal, um dos mais destacados compositores portugueses de seu tempo. Isso não diminiu o apreço de D. João a seu protegido que consinuou tendo-o sob sua tutela.

Em 1816, compôs um requiem em homenagem a D. Maria I , rainha de Portugal que tinha falecido naquele ano. Nesse mesmo ano, conheceu o compositor austríaco Sigismund Neukomm de quem ficou muito amigo. Por conta dee seus prestígio, José Maurício dirigiu as estréias, em terras brasileiras, do Requiem de Mozart (1819) e A Criação de Haydn (1821).

A volta da Família Real a Portugal também significou o fim de toda aquela efervescência cultural, aliado à crise financeira instaurada após a Independência do Brasil. As atividades de José Maurício começaram a escassear, dada a gravidade de seu estado de saúde. Já não tinha mais a ajuda financeira da corte, uma vez que ela não existia mais. Sua última obra foi a Missa de Santa Cecília. Elel morreu no dia 18 de abril de 1830 e deixou 5 filhos [fato inusitado para um padre], dos quais reconheceu apenas um.

Digno de nota foi o caso de plágio envolvendo o padre José Maurício e um de seus discípulo, Francisco Manuel da Silva. O caso foi  levantado por pesquisadores contemporâneos que descobriram que o Hino Nacional Brasileiro, cuja música havia sido composta por seu aluno, teria trechos plagiados de uma obra de José Maurício, Matinas de Nossa Senhora da Conceição.

Mas controvérsias à parte, o padre José Maurício é considerado um dos 3 grandes vultos da música erudita brasileira ao lado de Carlos Gomes e Villa-Lobos.

Para conhecer mais sobre a obra deste gênio da música e outros grandes compositores nacionais, acesse: http://www.musicabrasilis.com.br/
Fonte:
Wikipedia
http://www.luteranos.com.br/101/coral/artigos6.htm

Pe. José Maurício: primeiro grande
compositor erudito brasileiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário