sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Dia em que a Música Morreu: Ritchie Valens

Na esteira do post anterior, a segunda parte desta triste trilogia, vamos falar sobre a biografia de Ritchie Valens. Não quero fazer aqui um resumo do filme La Bamba, o qual considero muito bom [sou fã, inclusive] mas não tem teor suficiente para que eu possa elaborar o post.
Ricardo "Ritchie"  Esteban Valenzuela Reyes nasceu no pequeno vilarejo de Pacoima em San Fernando Valley, perto de Los Angeles na Califórnia no dia 13 de maio de 1941, filho de Joseph Valenzuela e Conceptión (Connie ou "Concha") Reyes. Ritchie começou a a aprender a tocar violão aos 5 anos (mesmo sendo canhoto) e sempre teve o incentivo dos pais. Ritchie tinha uma irmão mais velho, Roberto "Bob" Morales, de um outro envolvimento de sua mãe e irmãos mais novos (Connie, Irma e Mario). O pai Joe morreu muito cedo, razão pela qual a família teve que morar em acampamentos comunitários. Quando estava no ginásio, aconteceu algo que assombrou Ritchie por muitos anos. Dois aviões se chocaram no ar e alguns amigos morreram atingidos pelos destroços das aeronaves. Ritchie não viu o acidente, pois estava no funeral de seu avô. Mas o fato o deixou muito perturbado, tanto que ele desencolveu medo de andar de avião.
Aos 15, Ritchie conseguiu comprar sua primeira guitarra e fez teste para integrar uma banda local chamada The Silhouettes como guitarrista. Com a saída do líder, ele se tornou o vocalista principal da banda, até chamar a atenção de Bob Keane do selo Del Fi Records, que tinha ouvido rumores sobre um jovem guitarrista em Pacoima e foi lá conferir. Ritchie assinou contrato e fez algumas demos no estúdio da gravadora. Faltava agora mudar o nome dele. Ricardo Valenzuela não seria um nome muito aceito. Aí então foi usado o apelido americano dele e a redução de seu primeiro sobrenome. Ficou Ritchie Valens (apesar dos protestos de Connie, sua mãe). A maioria das demos só seria lançada décadas depois numa coleção chamada Ritchie Valens Lost Tapes. Aí então, ele começou a lançar material mais conhecido como sua Come On Let's Go (em co-parceria com Keane) e Framed (Leiber/Stoller). A primeira acabou se tornando um single de muito sucesso. Na escola, Ritchie conheceu a jovem Donna Ludwig, que veio a se tornar sua namorada. Após uma briga, o jovem músico acabou compondo um clássico dos anos 50: Donna, que se tornou o segundo single de Ritchie. A cançaõ escolhida para o lado B foi La Bamba, uma canção centenária mexicana. Ritchie tinha orgulho de sua ascendência latina e no início foi relutante em concordar. Acabou topando, após umas aulinhas básicas de espanhol com uma tia (Ritchie não conhecia o idioma, só sabia falar em inglês). Resultado: La Bamba, foi um estrondoso sucesso, o que fez com que Ritchie optasse por trancar a matrícula na escola para se dedicar à carreira artística. A única condição: não iria para os locais de shows de avião, só de carro. A princípio, Keane concordou. Ritchie participou do famoso programa American Bandstand de Dick Clark, que foi se cartão de visitas para os EUA, de costa a costa. Houve um show no Havai e o jovem teve que ser convencido a ir de avião. Apreensivo, Ritchie acabou fazendo seu primeiro vôo. Lá ele tocou com Paul Anka e Buddy Holly, de quem ficou muito amigo. De volta ao continente, Ritchie participou de um mega show do DJ Allan Freed junto com uma verdadeira constelação de estrelas do Rock: Chuck Berry, Bo Diddley, Everly Brothers, Duane Eddy, Eddie Cochran e Jackie Wilson. Depois, fez com Chuck Berry e outros o filme Go Johnny Go, sua primeira e única incursão no cinema. No início de 1959, juntou-se à trupe de artistas do Winter Dance Party, que tinha como headlines Buddy Holly, Big Bopper e Dion & The Belmonts. Foi aí que aconteceu a fatalidade: o acidente aéreo que ceifou sua vida e a dos companheiros Holly e Big Bopper, além do piloto que conduzia o avião. Afinal, o temor do jovem guitarrista tinha um fundamento.
Sua morte de forma tão precoce (ele tinha apenas dezessete anos e uma vida inteira pela frente) foi sentida por uma grande legião de admiradores de sua música. Sua mãe e grande incentivadora, Connie faleceu em 1987 e o produtor Bob Keane partiu em 2009. Seu irmão e velho companheiro Bob continua vivo e, junto aos irmãos Connie, Irma e Mario continua a preservar com orgulho, seu legado. Por falar no irmão caçula de Ritchie, Mario Valens, ele tem uma banda de revival chamada Backyard Blues Band [the beat goes on!]. Em 1987, foi filmada a biografia de Ritchie, La Bamba, contando com Lou Diamond Phillips fazendo o papel do músico e Esai Morales como Bob Valenzuela.
Nós, que somos fãs desses grandes artistas , nascidos décadas depois desse trágico evento e que choramos [eu choro] ao assistir La Bamba e The Buddy Holly Story, lamentamos demais uma vida ser ceifada tão nova. Too much too soon.

Eu ia indicar o site http://www.ritchievalens.org/ mas o mesmo parece que foi desativado. É uma grande pena, mas ali tinha muita coisa sobre Ritchie, detalhes que complementariam bem esta biografia. Outro que vale a pena dar uma conferida é http://www.ritchievalens.com/

Ritchie Valens: outra estrela de grande brilho
Créditos:

Wikipedia (em inglês)
http://www.ritchievallens.com/

Um comentário:

  1. Este cara manja, não só de História do Rock, mas principalmente da arte de cantar. Ser sua parceira (ou ex-parceira) vocal é sem dúvida uma honra inestimável.

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