terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fausto toca Blues

Não, o Faustão da TV não toca gaita ou guitarra e nem usa chapéu preto nas horas vagas.

Um homem que almeja grande conhecimento e poder faz um pacto com o diabo e acaba sendo passado para trás pelo "tinhoso". Isso soa familiar? Trata-se da lenda de Fausto, que se tornou grande obra da Literatura Universal graças ao escritor alemão Wolfgang Goethe. Aí veio a ópera de Franz Lizt, teses psicanalíticas e até um episódio do Chapolin Colorado (!!!). Mas, o que tem Fausto a ver com o Blues? Acompanhem a biografia de Robert Johnson nas próximas linhas.

Robert Leroy Johnson nasceu no dia 11 de maio de 1911 numa localidade chamada Hazzlehurst no estado do Mississipi. Alguns dos pesquisadores sobre sua biografia chegaram à conclusão que os dados fornecidos sobre sua data de nascimento são imprecisos e a própria vida do músico foi cercada de lendas, sendo que depoimentos de alguns de seus contemporâneos ajudaram a entender um pouco sobre ele.

Ele era filho de Julia Major Dodds e Noah Johnson. Sua mãe casou-se depois com um próspero proprietário de terras e fabricante de móveis chamado Charles Dodds, que acabou tendo que fugir sob a ameaça de linchamento por  outros latifundiários brancos. Julia mudou-se para para outro lugar, levando consigo o pequeno Robert e acabou deixando-o com o padrasto (que mudou o nome para Charles Spencer) em Memphis no Tennessee. Johnson só foi reencontrar a mãe em 1919 quando ela estava em outro casamento em Lucas, Arkansas. Ele acabou sendo rebatizado como Robert Spencer. Em 1924, o menino começou a estudar numa escola local onde ficou por três anos anos, sendo um bom aluno. Nesse meio tempo, ele começou a aprender a tocar gaita. Em 1929, casou-se com Virginia Travis, sua namorada de apenas 16 anos. Nessa época, reza a lenda que Robert teria feito um pacto com o diabo para se tornar um ótimo guitarrista. Segundo o pesquisador de Blues Robert "Mack" McCormick levantou junto a alguns contemporâneos de Johnson, graças a esse acordo selado com o cão, o músico teria sido penalizado com a morte da esposa e do filho ainda não nascido por tão profano ato, aliado ao nome de algumas canções que ele gravou como The Cross Roads Blues, Me and The Devil Blues e Hellroaund on My Trail [daí a conexão do mito de Fausto com o Blues]. Naquele momento, nada mais segurava Johnson no lugar onde vivia e ele foi tentar a vida como músico itinerante. Ele bebeu muito na fonte de grandes lendas do Blues como Son House (que ensinou-lhe suas primeiras noções de guitarra), Charley Patton e Leroy Carr, entre outros. Era notório que Johnson tocava com uma técnica que assombrava a todos os músicos da época.

Em 1936, ele entrou num estúdio pela primeira vez e gravou algumas sessões de gravação, onde deixou seu único registro fonográfico (cerca de 20 músicas), os quais seriam lançados alguns em vida e outros postumamente. É notório que Robert John não usufruiu no êxito de suas gravações mas foi influência de grandes nomes do Blues como Howlin' Wolf, Muddy Waters e Sonny Boy Williamson, que tocou em sua banda.

Robert Johnson morreu em 16 de agosto de 1938, gerando uma série de lendas quanto ao acontecimento. Ele teria morrido ao beber um whisky "batizado" com veneno, cortesia de um dos muitos maridos traídos, seus desafetos. Outras histórias: que o veneno ele teria tirado de letra mas morreu de pneumonia dias depois; elel teria morrido de sífilis e até assassinado a tiros.

Os anos se passaram e Robert Johnson conseguiu postumamente reconhecimento como o maior cantor de Blues de todos so tempos além de uma legião de admiradores como Eric Clapton e Keith Richards, para ficarmos nos principais. Algumas de suas composições foram regravadas como Dust My Broom (Rolling Stones), Cross Roads Blues (Cream) e Sweet Home Chicago (Blues Brothers, Memphis Slim).

Fonte:
Wikipedia (em inglês)

Robert Johnson: Faust plays the Blues

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