quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

The Coasters e seu som bem-humorado

Vamos falar aqui sobre The Coasters, um dos mais destacados grupos vocais dos anos 50, especializado em Rhythm & Blues e Doo Wop. Sua diferença para outros grupos do gênero era a irreverência e o humor de suas apresentações. Isso sem contar que a maioria de seu repertório era recheado de canções de uma das mais destacadas duplas de compositores do Rock and Roll: Leiber & Stoller.

Tudo começou em 1955 quando Carl Gardner (tenor/vocal principal) e Bobby Nunn (baixo), egressos de um outro grupo vocal chamado The Robins resolveram formar The Coasters, grupo que foi preenchido com as entradas de Billy Guy (barítono), Leon Hughes (segundo tenor) e o guitarrista Adolph Jacobs [era praxe alguns grupos vocais terem um guitarrista ou um baixista como membros fixos]. Os compositores Jerry Leiber e Mike Stoller (que escreveram algumas coisas para Elvis Presley como Hound Dog e Jailhouse Rock) precisavam de um grupo que interpretasse algumas de suas composições para o pequeno selo Lark da Atlantic Records. A parceria entre os Coasters e a dupla Leiber-Stoller rendeu um sucesso nunca visto entre os grupos vocais americanos, pois as histórias contadas nas letras das canções sempre tinham um contexto divertido. O primeiro grande sucesso do grupo com assinatura da dupla foi Smokey Joe's Cafe (1955), que havia sido gravada anteriormente por The Robins. Aí veio Down in Mexico (1956) e o compacto duplo Youngblood [que tem Doc Pomus como coescritor]/Searchin' (1957). Com a mudança deles para Nova York em 1957 (antes eles viviam em Los Angeles), Nunn e Hughes formaram uma dissidência chamada The Coasters, Mark II, sendo substituídos por Will "Dub" Jones e Cornell Gunter. Essa é a formação responsável pelos grandes clássicos do grupo.

Em 1958, gravaram um de seus maiores sucessos Yakety Yak, que contou com a participação do grande saxofonista King Curtis). Em seguida vieram outras pérolas como Charlie Brown, Along Came Jones, Poison Ivy e Little Egypt (que foi cantada por Elvis nos anos 60). Nesse ano, foi a vez do guitarrista Jacobs deixar o grupo. Após alguns anos sem um gruitarrista, os Coasters contrataram Thomas "Curly" Palmer.

Em 1961, Gunter deixou o grupo e foi substituído por Earl "Speedo" Carroll (ex-Cadilacs). Ele também acabou criando sua própria formação de Coasters, chamado The Fabulous Coasters. O contrato de Leiber e Stoller com o selo durou até 1966, mas esles continuaram escrevendo para o grupo. will Jones foi outro a sair do grupo em 1968 e foi substituído por Ronnie Bright (conhecido como o baixo da música Mr. Bass Man de Johnny Cymbal). Quando Billy Guy (responsável pela veia cômica do grupo) estava às voltas com uma carreira solo paralela aos Coasters, o cantor Vernon Harrell (outro ex-Cadilacs) e Jimmy Norman,  um dos produtores do grupo foram chamados para atuar nas performances de palco em diferentes ocasiões. Guy deixou o grupo em definitivo em 1969. Após sua saída, Norman foi "promovido" a membro oficial dos Coasters.

Mesmo não tendo mais os hits acachapantes de antes, The Coasters procuraram sobreviver à transformação musical e cultural dos anos 60. A seu favor, eles tinham o fato de muitos artistas/bandas sessentistas terem sido influenciados pelo grupo. Talvez isso tenha ajudado no sentido de terem se tornado uma banda específica de revival dos anos 50.

Nos anos 70 e 80, vários grupos usavam o nome The Coasters: a formação que tinha Gardner, Speedo, Norman e Bright; The Coasters Mark II de Bobby Nunn e Leon Hughes; World Famous Coasters de Billy Guy e Will Jones e The Fabulous Coasters de Cornell Gunter. Nos anos 80, Speedo deixou os Coasters de Carl Gardner [considerado o legítimo] para se juntar a Vernon Harrell para uma reunião dos Cadilacs originais. As disputas entre as diversas facções dos Coasters continuaram por toda a década, acrescida pela formação que tinha Grady Chapman e Bobby Sheen, egressos da Mark II e membros originais do The Robins e os Coasters de Randy Jones, ex- Fabulous Coasters e Mark II.

Em 1987, The Coasters , através de sua formação "clássica" (Gardner, Guy, Jones e Gunter) foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame, sendo um dos únicos grupos do gênero a ter tal honraria.

Nos anos 90, Carl Gardner ajudou a escrever o premiado musical da Broadway Smokey Joe's Cafe com diversas músicas de Leiber & Stoller interpretadas pelos Coasters.

No final dos anos 90, a formação dos Coasters de Gardner contava com Carl e o antigo colaborador e guitarrista Thomas Palmer mais os novatos Carl Jr., filho de Gardner, que entrou no lugar de Jimmy Norman, Alvin Morse e o ex-World Famous Coasters J.W. Lance.

Com a aposentadoria de Gardner em 2005, o grupo continuou na ativa e foi convertido num quarteto e atualmente conta com Carl. Jr., J.W. Lance, Primo Candelara e Eddie Whitfield, tendo Carl como treinador e mentor e sua esposa Veta Gardner como empresária. Hoje em dia, é o grupo vocal mais antigo em atividade.

O que aconteceu aos outros integrantes do grupo?

Billy Nunn, membro fundador da banda junto com Carl Gardner, faleceu em 1986 de um ataque cardíaco.

Cornell Gunter morreu de forma violenta, vítima após levar um tiro durante uma tentativa de assalto em 1990.

Will "Dub" Jones morreu em 2000, vítima de complicações de diabetes.

Billy Guy faleceu de causas naturais, durante o sono em 2002.

Leon Hughes, o outro membro original da banda ainda vivo continua na ativa, tendo sua própria formação do grupo chamada The Original Coasters.

Passados mais de 60 anos do surgimento dos Coasters é certo afirmar que seu estilo irreverente com ceretza marcou e influenciou gerações de músicos das décadas posteriores. Beatles, Monkees, Hollies, The Who e Free [só para ficarmos nos artistas mais conhecidos] gravaram/interpretaram algum cover do grupo.

Para conhecer mais sobre o grupo, visite sua home page: http://www.angelfire.com/mn/coasters/

Fonte:
http://www.angelfire.com/mn/coasters/
Wikipedia (em inglês)

The Coasters: um dos mais antigos grupos vocais em atividade

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