quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Play CCR!

O equivalente americano para o jargão "toca Raul" é "play CCR", pois nunca uma banda foi tão cultuada pelos roqueiros brasileiros do que Creedence Clearwater Revival. Tanto Raul quanto o Creedence já não existem mais em matéria, viraram lendas mas 10 entre 10 brasileiros que curtem Rock (não importa a vertente) são fãs incondicionais dos dois.
A história da banda começou em 1958 quando dois jovens amigos do subúrbio de San Francisco, John Fogerty (guitarra) e Doug T. Clifford (bateria), fãs incondicionais de Blues, Rhythm & Blues e Rock resolveram dar vazão a esse amor, como todo garoto de sua época: formando uma banda. Johnny comprou sua primeira guitarra, uma  Sears Silvertone e um amplificador. A bateria de Doug era bem improvisada e rudimentar. Com a entrada do amigo baixista Stu Cook, nasciam The Blue Velvets. A banda tocava alguns sucessos americanos dos anos 50. Um quarto elemento veio a ser juntar a eles como vocalista e guitarrista: Tom Fogerty, o irmão mais velho de John e a banda mudou seu nome para Tommy Fogerty & The Blue Velvets. Os irmãos Fogerty começaram a compor algum material próprio e durante uns 3 anos, eles atuaram no circuito amador de sua vizinhança até chamar a atenção da gravadora Fantasy que resolveu contratá-los em 1964. Mesmo com a explosão da Beatlemania e o advento da Segunda Onda, a gravadora acreditou no potencial dos rapazes, que mudaram o nome da banda para The Golliwogs [nota do Editor: o nome da banda era uma referência a um personagem infantil chamado Golliwogg]. John tornou-se o homem de frente da banda e a banda gravou alguns singles com sucesso local. Em 1967, passado o furacão causado pela Segunda Onda, as bandas americanas começaram a despontar para o mundo com uma sonoridade mais psicodélica e lisérgica. John e seus amigos resolveram ir na contramão da Cena de San Francisco tocando temas bem rurais com uma sonoridade que remetia aos pântanos da Louisiana, umas pitadas de Rock cinquentista e Blues. Abanadonaram seus empregos para se dedicar integralmente à sua música e resolveram mudar o nome da banda. Após pensar em alguns, resolveram homenagear um amigo de Tom chamado Credence Newball, citar uma marca de cerveja (Clear Water) e falar sobre o tipo de som que eles queriam fazer (um revival). Colocaram mais um "e" no primeiro nome e a banda começou a ser chamada CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL. No ano seguinte, gravaram seu primeiro álbum, Creedence Clearwater Revival recheado de covers como  Ninety-Nine and a Half (Won't Do) de Steve Cropper, Wilson Pickett e Eddie Floyd; Suzy Q, releitura da banda para o clássico de Dale Hawkins e I Put a Spell On You (de Screamin' Jay Hawkins). Há também comsposições de John Fogerty como Working Man e Get Down Woman, além de uma parceria dos irmãos Fogerty, Walk In The Water.
Em 1969, gravaram o segundo álbum Bayou Country que tem clássicos creedencianos como Born On The Bayou, a releitura de Good Golly Miss Molly (de Little Richard) e o supra sumo do universo Creedence e do Rock: Proud Mary! No mesmo ano, a banda grava seu terceiro álbum, Green River e tome clássicos: Lodi, Tombstone Shadow, Green River, Bad Moon Rising e Commotion. Na esteira desse, veio o quarto álbum da banda (também de 1969), Willy & The Poor Boys que tem outros clássicos como Fortunate Son com sua corrosiva crítica contra a Guerra do Vietnã, Down On The Corner, Cotton Fields (de Leadbelly) e a tradicional Midnight Special. Foi gravada uma versão alternativa de Down On The Corner  que acabou não sendo aproveitada para o álbum (mas que foi inserida na edição de 40 anos do mesmo), a banda fez uma jam session com o grupo de Soul instrumental da Stax: Booker T. & The MG"s [um super-encontro entre grandes feras do Rock e do Soul!!!]. Nesse ano, a banda participou do Festival de Woodstock.
Em 1970, veio o álbum Cosmo's Factory, o "Please Please Me" do CCR, pois é classico que não acaba mais, tal qual o disco de estréia dos Fab 4. Seguraí: Ramble Tamble, Before You Accuse Me (de Bo Diddley), a energética Travelling Band (sem comentários...), Ooby Dooby (Roy Orbison), Lookin' Out My Back Door, Run Through The Jungle, Up Around The Bend, Born On The Bayou, My Baby Left Me (Elvis), Who'll Stop The Rain, I Heard it Through The Grapevine (Marvin Gaye) e Long As I Can See The Light [ufa!!!]. De novo o Booker T & The MG"s deus as caras no ábum tocando uma versão alternativa de Born On The Bayou. É de 1970 também o sexto álbum do CCR, Pendulum. Ali tem os clássicos Hey Tonight, Molina, Hideaway e Have You Ever Seen The Rain (precisa falar mais alguma coisa?). Depois desse álbum, brigas internas fizeram com que Tom Fogerty deixasse o CCR que decidiu continuar como trio. Dois anos depois, a banda gravou seu derradeiro álbum, Mardi Gras. aqui tem Hello Marylou (Rick Nelson) e Lookin' for a Reason. Quando Tom havia saído da banda, John Fogerty começou a cobrar os companheiros quanto a investir em seu próprio material. Isso foi o estopim de uma briga que culminou no fim de uma das bandas mais criativas e originais que o Rock viu surgir. Cada um começou a trabalhar em seus projetos individuais, mas Fogerty foi o mais bem sucedido.
Tom Fogerty faleceu em 1990. Stu e Doug sempre trabalharam juntos até que em 1995 tivearm a ideia de um novo CCR: Creedence Clearwater Revisited com um Fogerty "genérico", John Tristao. Eles já vieram ao Brasil umas três vezes e Mr. Fogerty (o original) está nos devenndo uma visita. Só basta terminar esse post pedindo pelo amor de Deus, PLAY CCR!

CCR em ação.
Foto extraída de http://www.creedence-online.net/
Fonte:
http://www.creedence-online.net/
Wikipedia (em inglês)

Um comentário:

  1. OOOhhh! Ótimo post! Nunca vou esquecer da perfamance da Banda Submarino Amarelo daclassica Travelling BAnd no bar da Lino Coutinho. Que cuminou com o microfone caindo de tanta energia!! Lembram???

    ResponderExcluir